Vieira da Silva: “Não era essa a imagem que tive de Sócrates”

Antigos governantes socialistas não se alongam em declarações sobre a detenção do ex-primeiro-ministro.

Foto
Sócrates com Vieira da Silva numa imagem de 2008 Rui Gaudêncio

O vice-presidente da bancada do PS, Vieira da Silva, que foi ministro dos governos de José Sócrates, admitiu ver “com dor” a detenção do ex-primeiro-ministro. “Vejo com dor. Trabalhei vários anos com José Sócrates e a imagem que tive e tenho dele não é a que tem sido divulgada nos últimos dias”, disse aos jornalistas Vieira da Silva, no Parlamento.

“Habituei-me a ver uma pessoa que lutava até às suas últimas forças pela ideia e visão que tinha e queria do seu país”, disse o ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social, à entrada para o plenário. Vieira da Silva desejou que tudo aconteça “tão rapidamente quanto a justiça o permita e que José Sócrates “possa ser ouvido e defender-se das suspeitas perante a opinião pública dada a dimensão mediática deste caso”.

Remetendo mais comentários sobre o PS para as declarações de António Costa este fim-de-semana, Vieira da Silva reafirmou que os socialistas não renegam o seu passado. "O PS é um partido com uma história, uma tradição, uma memória, um passado, um presente e um futuro. O futuro do PS tem agora António Costa à frente e está bem entregue", declarou.

Ferro Rodrigues, o líder parlamentar, também remeteu para as declarações de António Costa em que este manifestou solidariedade relativamente ao ex-primeiro-ministro, mas preferiu acentuar a história de 41 anos do partido e a intenção de construir uma alternativa ao actual Governo.

Outro dos governantes da equipa de José Sócrates, Jorge Lacão, mostrou-se “consternado”, mas sublinhou a importância da “acção política” do PS, remetendo para as declarações do actual secretário-geral do PS.

Também parca em declarações foi Maria de Belém, presidente do PS ainda em funções. “Vejo como uma questão de justiça”, respondeu quando questionada sobre como via o caso do ex-primeiro-ministro. Interrogada sobre se considera que o partido fica fragilizado com este escândalo a uma semana do congresso, Maria de Belém respondeu negativamente. “Uma coisa é a política, outra é a justiça”, acrescentou, entrando de seguida para o plenário, onde se discute a proposta de Orçamento do Estado para 2015.

O deputado Miguel Laranjeiro, apoiante de António José Seguro, não quis comentar.

 

Sugerir correcção
Ler 21 comentários