Jovens acusados de roubar mais de 100 milhões de dólares em tecnologia da Microsoft e do exército dos EUA

Grupo terá actuado entre 2011 e Março deste ano. É acusado de fraude informática e violação de direitos de autor.

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Pawel Kopczynski/Reuters

Quatro jovens foram acusados de acesso ilegal aos sistemas informáticos da Microsoft e do exército dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, o ataque dos quatro suspeitos feito em rede resultou no roubo de mais de 100 milhões de dólares em propriedade intelectual e outros dados. Dois dos acusados já se deram como culpados.

No caso da Microsoft, foram roubados dados e software relacionados com a consola de jogos Xbox One (na altura dos crimes ainda não tinha sido lançada) e o sistema de jogos online Xbox Live, bem como versões dos jogos da Epic “Call of Duty: Modern Warfare 3” e da Activision “Gears of War 3”, indica o Departamento de Justiça no seu site. Ao exército, o grupo consegui apropriar-se de software Apache usado em simuladores para treinar pilotos de helicópteros militares.

Os suspeitos, que terão “conspirado para usar, partilhar e vender a informação roubada”, estão acusados de se terem apropriado e terem provocado prejuízos estimados entre 100 e 200 milhões de dólares. Durante o processo de investigação, liderado pelo FBI, foram já recuperados cerca de 620 mil dólares.

Entre Janeiro de 2011 e Março de 2014, os quatro homens e outros indivíduos residentes nos Estados Unidos e noutros países acederam ilegalmente aos sistemas da Microsoft, Epic Games, Valve Corporation, Zombie Studios e Exército dos EUA. “Os acusados e outros conseguiram alegadamente ter acesso às redes informáticas das vítimas através de métodos que incluindo injecções SQL [que aproveita defeitos na programação de bases de dados para activar código malicioso] e o uso de nomes e palavras-chave de utilizadores roubados dos funcionários das empresas e dos seus parceiros de desenvolvimento de software”, escreve o Departamento de Justiça.

Conseguido o acesso às redes informáticas das empresas vítimas, os suspeitos entraram e roubaram software ainda por lançar no mercado, códigos de acesso a software, dados confidenciais e documentos protegidos pelos direitos de autor. Ao grupo ainda é atribuído o alegado roubo de informações do sector financeiro e outras áreas consideradas mais sensíveis. É sublinhado que não há indicação que os utilizadores ou clientes das empresas em causa tenham sido afectados.

Os quatro jovens, de 18, 20, 22 e 28 anos, oriundos de zonas diferentes dos Estados Unidos, estão agora acusados de 18 crimes, incluindo conspiração para cometer fraude informática, violação de direitos de autor, roubo de identidade e informações secretas.

O Departamento de Justiça adianta que dois dos jovens confessaram-se culpados de fraude informática e violação de direitos de autor e arriscam uma pena de prisão até cinco anos. Vão conhecer a sentença a 13 de Janeiro do próximo ano.

Além das acusações apresentadas contra os quatro homens, a Justiça americana indica que um quinto elemento, um cidadão australiano, é suspeito de estar envolvido no esquema de conspiração, mas que o seu caso está entregue às autoridades australianas, não sendo adiantadas mais informações.

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