Cartas à directora 30/09

Há ainda uma pergunta a fazer

A propósito do chamado "caso Tecnoforma" , há ainda uma pergunta a fazer. E digo uma pergunta porque a resposta já sei que não virá, com a mais que provável justificação que o primeiro ministro (PM) "não tem que a dar nenhuma para essas decisões". E a pergunta é: porque foi que o PM trabalhou "pro bono" para a Tecnoforma/Centro Português de Cooperação "e outras organizações similares" ( Passos Coelho dixit, na Assembleia da República)? Se não "abriu portas " (como um administrador da Tecnoforma afirmou mas o PM negou rotundamente), foi por... devoção? A quê? Alguma espiritualidade ou um devaneio tipo "hobby" ( não confundir com "lobby"...)? Ficaremos sem resposta para esses almoços, viagens a Bruxelas, cafés e outros passatempos que preenchem o tempo sensaborão dum deputado em exclusividade que não gosta de "striptease"... nem de dar esclarecimentos de raiz ética e política. Ah, perdoem-me o abuso desta carta mas esqueci-me que o Sr. Presidente da República, sem ouvir o debate, já deu o assunto por encerrado e quando ele fala "nós devemos baixar as orelhas", não é?...
Fernando Cardoso Rodrigues, Porto
 
Passos Coelho e as suspeitas políticas

Segui razoavelmente o debate quinzenal no Parlamento. O assunto, como não podia ter deixado de ser, rondou as suspeitas que recaem sobre Passos Coelho aquando da sua passagem pela Tecnoforma ou – o que vai dar mais ou menos ao mesmo, embora a retórica política do primeiro-ministro e compagnons de route nos queiram intuir do contrário – do Centro Português para a Cooperação, uma ONG umbilicalmente ligada à empresa que tinha como lema a "inovação, a excelência, o compromisso" (Tecnoforma). Devo dizer que o argumentário do primeiro-ministro, natural e antecipadamente visto e revisto pela sua equipa, não me convenceu. É que ficamos, afinal, sem saber, quanto e com que periodicidade é que Passos Coelho recebeu das chamadas despesas de representação, as quais não me parecem ter, geográfica e substancialmente, extravasado, se tivermos em conta as vezes que foram reiteradas, pelo próprio, as cidades de Bruxelas e Porto e também, isoladamente, Cabo Verde.
J. Ricardo, Torre de Moncorvo

 PUBLICO ERROU

Na reportagem “Dilma passa pela tempestade da crise e da corrupção e descola nas sondagens”, publicada no dia 25, cita-se o professor Wanderley Guilherme dos Santos a afirmar: “Ainda acredito que Aécio possa ultrapassar Dilma”. Ora, o que o Wanderley Guilherme dos Santos disse foi acreditar que Aécio ainda pode ultrapassar Marina Silva. Aos envolvidos e aos leitores, o PÚBLICO pede desculpa pelo erro.

O Tribunal de Contas (TdC) responsabiliza o Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar João Casanova de Almeida por adjudicações irregulares e não por ajustes directos irregulares como ontem o PÚBLICO indicou, por erro, no subtítulo do artigo "Ministério pagou 4,9 milhões à PT ilegalmente por rede que liga escolas”. Os ajustes directos irregulares são imputados ao director-geral do extinto Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação (GEPE), Carlos Alberto Pinto Ferreira. De resto, como está correcto no artigo, o TdC responsabiliza o governante porque algumas adjudicações à PT foram feitas sem concurso público, sem intervenção da Agência Nacional de Compras Públicas e sem autorização ministerial para a despesa. O TdC imputa também responsabilidades a Luísa Castro de Loura, responsável pela Direcção-Geral de Estatística da Educação e Ciência.

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