Sonae Sierra inicia novo ciclo de crescimento com entrada na Colômbia ainda este ano

Depois de seis anos de crise, a gestora de centros comerciais garante que a crise “acabou ou está a acabar”.

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Sonae sierra tem investido em vários shoppings, incluindo o Norteshopping. Foto: Adriano Miranda

A Sonae Sierra, gestora de centros que este ano completa 25 anos de actividade, garante que “a crise dos últimos seis anos acabou ou está a acabar”, o que dá confiança à empresa para iniciar “um novo ciclo de crescimento”, que inclui a entrada em novas geografias, com destaque para a Colômbia.

A empresa do universo Sonae, proprietária do PÚBLICO, fechou o primeiro semestre com lucros de 47,8 milhões de euros. Um montante muito acima dos resultados apresentados nos últimos anos, e que fica a dever-se, em grande medida, à recuperação de valor dos activos imobiliários.

A Sonae Sierra adiantou que o investimento na construção de um centro comercial na Colômbia deverá ser anunciado “antes do final do ano”. A empresa, que tem há quatro anos uma joint-venture com um parceiro colombiano, não revelou a localização do primeiro investimento, referindo apenas que não será na capital, Bogotá,  adiantando que podem seguir-se outros.  A este propósito, o presidente da Sonae Sierra, Guedes de Oliveira, admitiu estar a olhar para várias cidades.

A Sonae Sierra, com forte presença no Brasil, admite considerar nos plano de expansão da empresa outros países da América Latina, mas não identificou nenhum em concreto.

Apesar da recuperação dos centros comerciais da empresa na Europa, com destaque para Portugal e Espanha, em vendas dos lojistas, rendas e valor dos activos, Guedes de Oliveira garantiu que os planos de expansão passam preferencialmente pelos mercados emergentes.

“Salvo algumas oportunidades, o mercado europeu está maduro”, explicou o presidente da Sonae Sierra, num encontro com jornalistas, realizado nesta terça-feira, no Porto.

Uma das excepções no Velho continente é Roménia, onde a empresa iniciou recentemente a construção de um centro comercial, um investimento que se junta a um outro no continente africano, em Casablanca.

No radar da empresa, e numa lógica de prestação de serviços, a empresa entrou este ano na Turquia, estabeleceu uma joint-venture com uma empresa chinesa (CITIC Capital) e outra com uma empresa russa (OST).

Para Angola, o presidente da Sonae Sierra admite continuar a “olhar”, mas não vê para já oportunidades de crescimento nesse mercado.

Depois de seis anos de crise, que em alguns mercados, como Portugal e Espanha foi de forte retracção nas vendas, redução de rendas e de valor de activos, a Sonae Sierra começa a ver os números a crescer.

Os lucros do primeiro semestre ascenderam a 47,8 milhões de euros, o que compara com um prejuízo de 4,6 milhões de euros do período homólogo do ano passado. Para os lucros foi determinante o resultado indirecto de 26 milhões de euros, que reflectem uma  redução de 'yields' , geradas pela recuperação da avaliação do portfolio de activos da empresa,  a recuperar das fortes desvalorizações registadas após a crise financeira de 2008.

Evolução positiva  nas vendas dos logistas da Sonae sierra, que no primeiro semestre, e a nível europeu ascenderam a 3,5%,e que sobre para 4,1 até Agosto. Em Portugal foi de crescimento de 6,2%, (6,6 % até Agosto) e em Itália de 2,5%. Em Espanha, mercado importante para a Sonae Sierra, começa a evidenciar-se os primeiros sinais de recuperação. No Brasil o crescimento foi de 7,8%.

Com um taxa de ocupação dos centros comerciais de 94,7% até Junho, as rendas da Sonae Sierra cresceram em Portugal 2,5 por cento, no primeiro semestre, a primeira recuperação depois de vários anos de quedas.

“Regressar aos níveis de rendas de 2007 é difícil”, admitiu Guedes de Oliveira, defendendo que prefere “uma recuperação lenta, mas sustentável”.

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