Receitas da PT em Portugal caem 3,9%

Quebra de 50 milhões de euros é parcialmente compensada pelos negócios do grupo no estrangeiro.

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A sede da PT, em Lisboa João Gaspar

Nos primeiros seis meses do ano, as empresas do universo Portugal Telecom totalizaram 1302 milhões de euros de receitas operacionais, menos 0,9% do que em igual período do ano passado. O negócio em Portugal, que representa a quase totalidade das receitas, caiu 3,9%, para 1230 milhões de euros.

No comunicado enviado à CMVM nesta sexta-feira à noite, a empresa apresentou pela primeira vez contas consolidadas, que agregam as várias empresas do grupo, incluindo as operações em África e Timor. Os resultados da PT relativos ao segundo trimestre do ano já tinham sido conhecidos na apresentação de resultados da brasileira Oi, de que a PT é, desde Maio, uma subsidiária integral.

A empresa apresentou um prejuízo líquido de 1150 milhões de euros, decorrente sobretudo da perda de mil milhões de euros resultante da venda da participação que tinha na Bratel BV, uma empresa através da qual a operadora era dona de capital da Oi. A participação na Bratel teve de ser alienada no processo de fusão das operadoras. Ajustando o resultado para eliminar o impacto desta venda e dos efeitos de câmbio associados, os prejuízos teriam sido de 200 milhões, mais 119 milhões do que o prejuízo do primeiro semestre de 2013. 

Os 50 milhões de receitas em Portugal que a PT perdeu (e que foram parcialmente compensados pelas receitas no estrangeiro) foram provocados por quebras tanto no segmento empresarial, como no segmento pessoal (onde se inserem as comunicações móveis), ao passo que o encaixe com os serviços residenciais (como a Internet e televisão) se manteve praticamente inalterado.

O negócio com as empresas, que representa aproximadamente um terço do total e caiu 6%, foi afectado “pelas iniciativas de forte corte de custos, redução significativa nos investimentos em novos projectos por parte do sector privado e pela concorrência no mercado”.

Já o segmento pessoal, que totaliza um quarto das receitas e desceu 5%, foi afectado por “condições económicas adversas, pressão ao nível do preço e migração para planos tarifários mais baixos”. A mensalidade média cobrada pelos operadores tem estado em queda e, esta semana, a Anacom, que regula o sector das comunicações, informou que a receita total dos operadores caiu 10% no semestre passado.

A descida de receitas da PT acontece apesar de um aumento do número de clientes. Os utilizadores de Internet de banda larga cresceram 5,1% e os assinantes de televisão subiram 7,3%. Os clientes dos serviços móveis mantiveram os números do ano passado, embora se verifique um aumento substancial do peso dos clientes com serviços pós-pagos.

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