Ébola: “Estou agradecido a Deus para sempre por me ter poupado a vida”

Os dois norte-americanos infectados pelo vírus já deixaram o hospital.

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O missionário e médico Kent Brantly com a mulher ao lado, na conferência de imprensa no hospital Jessica McGowan/AFP
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A missionária Nancy Writebol já depois de ter tido alta hospitalar, com o marido Reuters
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Nancy Writebol numa foto antiga AFP

Os dois missionários norte-americanos infectados pelo vírus do Ébola na Libéria, enquanto trabalhavam para organizações cristãs e que viajaram depois para os Estados Unidos, já tiveram alta do hospital. “Estou agradecido a Deus para sempre por me ter poupado a vida”, disse esta quinta-feira Kent Brantly, de 33 anos e também médico, durante uma conferência de imprensa que marcou a sua primeira aparição pública desde a sua entrada no Hospital da Universidade de Emory, em Atlanta, a 2 de Agosto.

Também Nancy Writebol, de 59 anos, já tinha deixado o hospital nesta última terça-feira, e encontra-se com o marido em local não divulgado. Os dois tiveram alta depois de as análises ao sangue não terem detectado sinais do vírus e de os sintomas terem diminuído. “Tanto quanto testámos, não há provas do vírus do ébola nos seus corpos”, disse o Bruce Ribner, o director clínico da unidade de doenças infecciosas do hospital, citado pela agência Reuters.

“À medida que saía do seu quarto de isolamento, tudo o que ela pôde dizer foi: ‘Glória a Deus’”, revelou ainda aos jornalistas Kent Brantly. “A Nancy está livre do vírus, mas os efeitos prolongados desta batalha, deixaram-na numa situação bastante fraca”, disse por sua vez o marido dela, David Writebol, em comunicado. “Decidimos que seria melhor deixar o hospital para lhe dar o descanso e a recuperação de que ela precisa nesta altura.”

Os dois norte-americanos receberam um medicamento experimental chamado ZMapp, composto por três anticorpos humanos contra o vírus do ébola, e nunca antes testado em seres humanos. Outros três médicos africanos, na Libéria, também receberam o ZMapp, e têm tido melhoras. Ainda é cedo para dizer que Kent Brantly e Nancy Writebol conseguiram ver-se livres do vírus devido ao medicamento, cujos stocks estão esgotados por a combinação de anticorpos ter sido identificada apenas em Janeiro deste ano e a sua produção ser demorada.

Este surto do ébola tem estado a matar cerca de 50% das pessoas infectadas. Na última actualização da Organização Mundial de Saúde, desta quarta-feira, o vírus tinha infectado 2473 pessoas, causando a morte a 1350, na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.

Quando perguntaram a Bruce Ribner se os dois norte-americanos tinham sobrevivido ao vírus devido ao ZMapp, o médico respondeu: “A resposta honesta é que não temos nenhuma ideia”, afirmou, acrescentando que os “cuidados de saúde agressivos são fundamentais para sobreviver ao ébola”.

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