Nintendo duplica prejuízo

Multinacional japonesa está há três anos com resultados negativos.

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As vendas da Wii U mais do que triplicaram Fred Prouser/Reuters

Não está a ser um jogo fácil para a Nintendo aquele em que tem por adversários também os telemóveis e tablets. Com as vendas da Wii U a serem uma decepção desde o lançamento, a empresa japonesa anunciou nesta quarta-feira um resultado negativo de 9470 milhões de ienes, cerca de 69 milhões de euros.

O prejuízo foi praticamente o dobro do que a empresa teve no segundo trimestre do ano passado. As vendas caíram 8%, para 75 mil milhões de ienes, aproximadamente 542 milhões de euros.

Uma das quebras aconteceu nas vendas da portátil Nintendo 3DS, que baixaram 41% face ao período homólogo. As vendas de jogos para os sistemas portáteis recuaram 22%.

A comunicação de resultados até teve algumas boas notícias. As vendas da Wii U (a consola doméstica lançada no final de 2012 e que tem tido dificuldade em atrair compradores) mais do que triplicaram, atingindo as 510 mil unidades, mas estes números são, ainda assim, insuficientes para colocar as contas da empresa no verde. Também o jogo Mario Kart 8, o mais recente de uma popular série e que tinha sido bem recebido pela crítica, foi um sucesso, com 2,81 milhões de cópias vendidas.

A apresentação trimestral não foi acompanhada da conferência que as empresas (incluindo a Nintendo) tipicamente fazem e onde executivos comentam os resultados e traçam cenários para o futuro.

Em Janeiro, quando também apresentou resultados trimestrais negativos, o presidente da empresa, Satoru Iwata, que está no cargo há 12 anos, tinha admitido a necessidade de uma reviravolta estratégica, mas afastou a hipótese, que estava a ser especulada, de que a empresa pudesse vender alguns jogos para telemóveis e tablets. Muitos dos jogos para estes aparelhos têm como alvo os chamados jogadores casuais (que dedicam menos tempo a jogar e tendem a optar por jogos de aprendizagem simples), que são um tipo de consumidor mais importante para a Nintendo do que para os outros fabricantes de consolas.

A Nintendo apresentou prejuízos anuais pela primeira vez em 2011 e desde então tem registado perdas todos os anos.  

 

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