BCP vende banco na Roménia ao OTP Bank por 39 milhões

Na segunda-feira, Nuno Amado tinha revelado que a formalização da alienação da operação estava muito próxima.

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EDP detém 2,7%do BCP Pedro Cunha

O Banco Comercial Português (BCP) vendeu a totalidade do capital social do Banca Millennium Roménia (BMR) ao OTP Bank, por um valor de 39 milhões de euros, revelou nesta quarta-feira o banco liderado por Nuno Amado.

A concretização do negócio entre o banco português e a instituição financeira de origem húngara "está sujeita a condições usuais, em particular, à obtenção das autorizações das entidades regulatórias", informou o BCP num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

"Na data de concretização da operação de venda, o OTP Bank assegurará o reembolso integral ao BCP do financiamento prestado por este ao BMR, no montante aproximado de 150 milhões de euros", lê-se no documento.

Na segunda-feira, o presidente do BCP, Nuno Amado, tinha revelado durante a conferência de imprensa de apresentação das contas semestrais do banco que a formalização da alienação da sua operação na Roménia estava muito próxima.
"Estamos muito próximos de assinar um primeiro acordo, mas, até ao lavar dos cestos é vindima", afirmou na ocasião o gestor, sem adiantar mais detalhes.

Certo é que "a operação tem um impacto estimado negligenciável no rácio common equity tier 1 consolidado do BCP, decorrente de uma perda de 34 milhões de euros, já provisionada na conta de exploração consolidada do primeiro semestre", revelou hoje em comunicado o BCP.

Esta perda foi "compensada pela libertação de 351 milhões de euros de activos ponderados pelo risco, também já reflectida no valor pro forma recentemente divulgado para o final do primeiro semestre de 2014 (12,5% de acordo com os critérios phased in, 9% em base fully implemented", realçou o banco.

Durante o primeiro semestre, os únicos prejuízos que o BCP registou na área internacional foram na Roménia, devido, precisamente, à constituição de uma provisão de 34 milhões de euros. O objectivo foi colocar o valor da participação [detida pelo BCP] perto do valor que o banco realmente tem, explicou então Nuno Amado.

A alienação do banco romeno do universo BCP foi imposta no acordo alcançado entre o Estado português e Bruxelas, devido ao auxílio estatal que o BCP recebeu. O OTP Bank começou a ser privatizado em 1995, tendo iniciado um processo de expansão internacional que lhe permite estar hoje presente em oito países (Bulgária, Croácia, Roménia, Sérvia, Eslováquia, Ucrânia, Montenegro e Rússia), além da Hungria.

A seguradora francesa Groupama é, desde 2008, accionista de referência do grupo financeiro húngaro, com uma posição de 8%, de acordo com a informação que consta no portal oficial do OTP Bank.

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