Simon Yates, o “preferido” dos gémeos

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Foi a primeira vitória do britânico Simon Yates na Volta a Espanha DR

Falar de Simon implica falar de Adam e vice-versa. Gémeos idênticos, seguiram um percurso semelhante até 5 de Julho, dia de arranque da 101.ª Volta à França. Antes desse dia, os manos Yates, de 21 anos, eram (praticamente) a cópia um do outro. Apesar de Simon ter sido campeão do mundo de pista, na vertente Madison, em 2010, o espoletar da carreira dos dois teve lugar no mesmo ano. Em 2013, os gémeos Yates assumiram-se como o futuro do ciclismo britânico. Adam foi segundo classificado da Volta à França do Futuro e Simon foi uma das sensações na Volta à Grã-Bretanha, terminando em terceiro.

A brilhante época valeu-lhes a cobiça das equipas WorldTour. Um contrato implicaria, obviamente, uma assinatura dupla. Depois de ouvirem as ofertas, os dois não hesitaram. “Foi a nossa primeira opção. Quando decidimos passar a profissionais, soubemos, de imediato, que a Orica-GreenEdge era a melhor opção para nós. Pelo que ouvimos e vimos, sabemos que a equipa trata muito bem os mais jovens”.

A percepção inicial veio a confirmar-se. A formação australiana chamou-os a cada ocasião para participarem nas mais variadas competições. Simon foi terceiro nos campeonatos nacionais, primeiro jovem (e sétimo classificado) na Volta à Eslovénia, ganha pelo português Tiago Machado. Adam venceu a Volta à Turquia, a classificação da juventude do Tour de San Luis. Foi quinto na Volta à Califórnia. E, mais importante do que qualquer outro resultado, sexto no Critério do Dauphiné, bem à frente do ciclista britânico do momento, Chris Froome.

A performance na principal prova antes do Tour não deixava dúvidas quanto a qual seria a opção da Orica-GreenEdge para o seu “nove” na Volta à França. Mas, quando a equipa foi anunciada, não era Adam que figurava entre os eleitos, mas sim Simon. O ainda campeão do mundo da competição por pontos do ciclismo de pista beneficiava assim da paragem provocada por uma clavícula partida.

“Uma das razões pelo qual o Adam não foi convocado tem a ver com o facto de estar a correr em grande forma desde Janeiro. Não teria sido uma decisão sensata para nós enviar o Adam. Com a forçada pausa devido a lesão, o Simon está fresco e pronto para correr”, explicou então Matt White, director desportivo dos australianos. O gémeo preferido tem agora uma oportunidade para brilhar e para suceder no palmarés do Tour a grandes ciclistas britânicos (Bradley Wiggins, David Millar ou Alex Dowsett), que tal como Adam, também ficaram de fora da 101.ª edição.

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