Aviões da coligação atacam posições iraquianas em Kalak

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Os peshmerga estão a ocupar as posições deixadas pelas tropas iraquianas Peter Dejong/AP

A aviação da coligação anglo-americana está a atacar a região de Kalak, no Norte do Iraque, onde as milícias curdas, apoiadas por pequenas unidades americanas, enfrentam as forças iraquianas. Nas últimas horas, os combatentes curdos afirmam ter avançado vários quilómetros em direcção a Mossul.

De acordo com o correspondente da Reuters, as milícias curdas – que se autodenominam peshmerga, "aqueles que enfrentam a morte" – avançaram durante a noite passada cerca de sete quilómetros na estrada que liga a Mossul, mas estiveram todo o tempo sob fogo intenso das tropas iraquianas.

Segundo o jornalista, as posições curdas foram atingidas por vários disparos de morteiros, o que obrigou os combatentes a suspender o avanço a meio da manhã. Alguns combatentes referem que as forças mais avançadas se encontram a cinco quilómetros da cidade, mas esta informação não pôde ser confirmada por fontes independentes.Um combatente afirmou ao jornalista que uma carrinha, com vários militares a bordo, foi capturada pelas forças curdas. “Estava cheia e explosivos destinados a fazer explodir uma ponte na estrada”, explicou.

O correspondente da Reuters adianta que na zona é possível ouvir o som das explosões provocadas pelo ataque da aviação da coligação contra as posições iraquianas. Durante todo o dia de ontem, os aviões anglo-americanos visaram a zona, permitindo aos peshmerga conquistar várias posições até aí sob controlo das forças iraquianas.

Nos últimos dois dias, a aviação anglo-americana tem aumentado a intensidade dos bombardeamentos na frente norte, tendo atacado as estratégicas cidades de Mossul e Kirkuk, 30 quilómetros a sudoeste da zona sob controlo das milícias curdas desde a Guerra do Golfo.

Os curdos

Os curdos, uma minoria étnica presente no Iraque e noutros países vizinhos, controlam as três províncias Norte — As-Sulaymaniyah, Irbil e Dahuk — desde 1991.

Os curdos são apontados por alguns historiadores como sendo descendentes de tribos indo-europeias, que, nos séculos X a VIII a.C., habitavam a região montanhosa na confluência da Turquia, Irão, Iraque, Síria e Arménia.

Só com as invasões árabes é que os curdos abandonaram a religião dos persas e adoptaram o islão, de rito sunita, preservando a sua língua e cultura.

Curiosamente, Saddam Hussein diz-se herdeiro de Saladino, um herói curdo que mobilizou as forças muçulmanas contra os cristãos, derrotou o califado dos Famitidas e estabeleceu um império que incluía a Síria e uma parte da Arábia Ocidental, que durou até ao século XIII d.C.

Actualmente, os 25 milhões de curdos são perseguidos no Iraque e na Turquia, tendo muitos deles recorrido ao exílio.

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