Fab Lab na Feira para acentuar vocação industrial

Santa Maria da Feira vai aplicar o conceito de Fab Lab, criado pelo reputado MIT – Massachusetts Institute of Technology dos Estados Unidos, no seu território para que jovens, empresários, artistas, ou qualquer pessoa, tenham oportunidade de transformar ideias e protótipos em objectos reais através de uma impressora 3D.

Operacionalizar sonhos será assim possível num espaço ao serviço da criatividade e inovação e que está em contacto permanente com o mundo. Investir na educação não formal, em que a teoria dos livros dá lugar à prática, e nas potencialidades que o tecido empresarial pode explorar são alguns dos objectivos traçados pela câmara local que, no fim-de-semana passado, visitou o Fab Lab de Manchester, o primeiro laboratório de fabricação digital do Reino Unido, acompanhada de alguns directores de agrupamentos escolares. O slogan How To Make Almost Anything do Fab Lab deixou marcas na comitiva que percebeu o modelo de funcionamento e como a partilha de ideias pode fazer toda a diferença. O primeiro passo está dado.

“Somos uma zona de muita indústria e temos de acentuar essa vocação industrial e potenciá-la ainda mais”, refere o presidente da câmara, Emídio Sousa. Lucinda Ferreira, presidente do Agrupamento de Escolas de Santa Maria da Feira, acredita que um Fab Lab na Feira tem pernas para andar. A possibilidade de os mais jovens arregaçarem as mangas para ver ideias transformadas em objectos reais, a partilha constante com os outros Fab Lab – e há cerca de 250 no mundo e quatro no nosso país –, a troca de experiências para inovar no meio empresarial, são aspectos que realça. Na componente empresarial, quem testa protótipos que se transformam em produtos a 3D, por ter ideias e não recursos, paga uma quantia simbólica pela utilização dos materiais, mas não partilha os objectos que ganham formas. “Faz todo o sentido ter um Fab Lab na Feira que tem vontade de desenvolver, com inovação, o seu tecido empresarial”. “Tem de se mastigar muito bem o que será feito. Não há falta de espaços, nem falta de possibilidade de parcerias”, refere Lucinda Ferreira.

Espaço não será problema porque a ideia passa por aproveitar uma estrutura existente e já há vários locais debaixo de olho. O investimento para a compra dos equipamentos, que não deverá ser superior a 200 mil euros, será objecto de uma candidatura a apresentar ao próximo quadro comunitário de apoio. Na aplicação do conceito só é detectado um ponto crítico. “O grande problema na sua implementação será a liderança”, admite Emídio Sousa. Mais importante que as competências técnicas, o autarca valoriza a motivação e o empenho de quem assumir o leme do Fab Lab de Santa Maria da Feira.  

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