Câmara do Porto define novas regras para a movida

A autarquia liderada por Rui Moreira tem já um plano em andamento para resolver os problemas da noite.

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Na zona da movida vivem 3500 pessoas que se queixam do barulho DATO DARASELIA / NFACTOS

A Câmara do Porto quer diminuir o perímetro da movida fixado pelo executivo anterior, presidido por Rui Rio, e assegurar uma “diversão nocturna de qualidade”, conferindo regras idênticas para todos os empresários que apostam na diversão nocturna na cidade.

Esta semana decorreu uma reunião sobre o tema da movida, presidida por Rui Moreira e na qual participaram alguns vereadores que têm responsabilidades na área do Urbanismo, Habitação, Protecção Civil Via Pública, Ambiente, assim como directores municipais. Na reunião foram discutidas algumas medidas que o município pretende aplicar com vista a harmonizar o funcionamento da diversão na cidade.

O tema da movida portuense foi uma questão transversal às várias candidaturas autárquicas e Rui Moreira está apostado em gizar uma estratégia que resolva alguns problemas criados pela diversão nocturna – que chama milhares de pessoas à Baixa do Porto, sobretudo ao fim-de-semana – que está concentrada na zona dos Clérigos (ruas da Galeria de Paris, de Cândido dos Reis, de Passos Manuel, do Conde de Vizela e Praça de Carlos Alberto).

A Câmara do Porto vai encontrar soluções que visem garantir segurança, melhorar o estacionamento irregular e cuidar da limpeza. Mas uma das prioridades passa pelos moradores que residem no perímetro de toda esta zona. Ao que o PÚBLICO apurou, à câmara e à assembleia municipal continuam a chegar queixas de moradores que questionam o barulho decorrente do funcionamento de bares e discotecas até de madrugada. Em todo este perímetro convivem aproximadamente cerca de 3500 moradores e cerca de duas centenas de estabelecimentos.

A câmara pretende melhorar a fiscalização de toda aquela zona e não está afastada a possibilidade de a circulação automóvel ser restringida em algumas das ruas. O PÚBLICO sabe que está a ser preparado um documento por técnicos da câmara que será apresentado ao presidente dentro de dias. Esse texto servirá de base às novas regras que a Câmara do Porto quer pôr em prática.

A dinâmica que a movida portuense ganhou exige respostas eficientes. Outra das ideias é dar alguma uniformidade aos horários, e, se assim acontecer, as discotecas vão poder fechar mais tarde e não à mesma hora que os bares. O que se pretende é definir procedimentos que promovam uma “movida de qualidade”, fixando horários idênticos para os diferentes estabelecimentos para que ninguém se sinta prejudicado.

Neste novo plano que está a ser estudado, Rui Moreira envolveu também a Polícia Municipal, porque, como dizia uma fonte da autarquia, “é preciso regular a movida e diminuir os danos colaterais”. O ruído é um dos problemas mais difíceis de resolver e a autarquia pode vir a aplicar medidas mais apertadas, até porque há muitos espaços de diversão que não estão insonorizados. A autarquia vai também apertar a malha à venda de bebidas na rua.

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