Mercator, novo projecto de promoção do comércio no Porto, vai ser testado na Rua das Flores

Reabilitação da artéria comercial do centro histórico está quase terminada, mas é preciso resolver problema no piso, que provoca quedas.

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obra na rua das Flores está praticamente concluída Renato Cruz Santos
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O programa Mercator, um projecto de promoção do comércio de rua no Porto anunciado por Rui Moreira na campanha eleitoral, vai avançar, numa fase piloto no eixo Mouzinho da Silveira/Rua das Flores. A intervenção nesta última rua está praticamente concluída, mas vai ser ainda preciso resolver uma falha no projecto, no piso da artéria que agora é pedonal mas pouco amiga dos peões, dado o elevado número de quedas reportado.

A Câmara já chegou a um acordo com o empreiteiro para uma intervenção que há-de corrigir a armadilha em que está transformado o novíssimo piso da Rua das Flores, que, neste momento, recebe quem desce do largo dos Lóios com uma enorme placa amarela a avisar para o risco de queda por causa do desnível entre passeios e o eixo central, usado apenas para cargas e descargas. A diferença de cotas é de poucos centímetros, mas a opção por um material igual em toda a largura da rua torna o desnível imperceptível quando a beleza do edifícios nos distrai a atenção, provocando quedas.

Esse é um dos problemas que atrasou a recepção definitiva da obra por parte da autarquia que, tal como os comerciantes, espera ver os operários fora dali.  “Para fechar a obra é necessário que exista a garantia de pelo menos quatro dias de tempo seco consecutivos para colocação de remates betuminosos e de instalações eléctricas. Assim que existir essa previsão meteorológica segura serão concluídos esses trabalhos”, assegurou o gabinete de comunicação da Câmara do Porto.

O bom tempo — bem escasso pelo qual todos anseiam — põe os comerciantes na expectativa sobre a reacção dos clientes e, principalmente, dos turistas, ao novo aspecto da rua. Nas Flores ainda há velhas lojas fechadas, tela para a arte de rua de Hazul, icónico graffiter desta zona da cidade, mas estas convivem já com alguma renovação visível no tecido empresarial.

Isabel Dias abriu a Chocolataria das Flores há um ano, num espaço onde um velho restaurante não resistiu, e agradece a intervenção efectuada que, para lá do defeito “que é fácil de resolver”, deu um ar luminoso à artéria que já se viu a definhar. E só espera pela oportunidade de abrir, na rua, a sua esplanada.

Mais abaixo, em frente ao Museu da Misericórdia do Porto  — que renovou um edifício imponente ao lado da sua ainda mais imponente igreja —, Pedro Morais, perdido entre os milhares de livros em segunda mão da livraria/Alfarrabista Chaminé da Mota, chama a atenção, tal como Isabel Dias, para o que aí vem.

Num edifício a poucos metros, anunciam-se residências e espaços comerciais. Mais abaixo um hotel, mais acima, já com a estação de São Bento à vista, outro. E Mário Santos, no Buffet Marina, bem precisa de mais gente por ali, que os residentes são poucos e turistas, a principal clientela, só lá mais para o Verão.

É aqui que entra a Câmara do Porto. Aproveitando a nova vida da rua, Rui Moreira quer testar aqui o Mercator, projecto cujo conceito foi pouco mais que esboçado na campanha eleitoral, mas que está pronto para ser colocado em prática mal a obra na rua termine. E que aproveita muito as novas tecnologias, a conectividade dos smartphones à Internet e as redes sociais, como o Facebook e o Instagram, para fazer aquilo que se designa por marketing de proximidade, direccionado para os transeuntes e turistas instalados em hotéis da envolvente.

Levado a cabo em parceria com a Fundação da Juventude , ela própria instalada na rua, o Mercator tem uma outra componente mais clássica. Um selo de qualidade, que pode ser ganho pelos comerciantes que cumpram um conjunto de exigências relacionadas com a qualidade de serviço.

Mas a grande diferença é mesmo a forma como coloca a tecnologia ao serviço das lojas, que podem promover concursos e promoções direccionadas, por exemplo.

Para o turista, o Mercator, para além de publicidade, representará informação, disponível numa aplicação para o telefone. Ali obterá dados sobre a rua e a sua história, o seu comércio e, até, sobre os músicos que hão-de de estar a tocar nos music spots. O projecto promove a interacção, e a partir da sua página na internet será possível ver também como reagem os passantes, pelas fotografias, pelos comentários, aos novos ares da Rua das Flores.

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