Autarcas socialistas do Norte exigem gerir 12 mil milhões de euros dos fundos comunitários

Distritais reuniram-se com o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte a quem entregaram um documento sobre "Convergência de Sinergias - Desenvolvimento do Norte".

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Os socialistas do Norte reuniram com o presidente da CCDRN Pedro Granadeiro/N Factos

Primeiro foi o independente Rui Moreira a bater-se pela justa distribuição dos próximos fundos comunitários. Agora foi a vez dos líderes das cinco distritais do PS do Norte exigirem do Governo a garantia de que os “11 a 12 mil milhões de euros a que a região tem direito” no âmbito do próximo Quadro Comunitário de Apoio sejam geridos pela região e não a partir de Lisboa.

Temendo que o Governo recorra a “subterfúgios", as distritais socialistas do Porto, Braga, Bragança, Viana do Castelo e Vila Real batem o pé e avisam o Governo que não vão tolerar que as verbas alocadas ao Norte sejam canalizadas para programas de âmbito nacional, alegando que "esses programas e essas acções também beneficiam o Norte”.

“O Norte, sendo uma região de convergência, tem dos 21 mil milhões de euros de que o país beneficiará, por direito, cerca de 11 a 12 mil milhões de euros, dos quais 3,3 mil milhões alocados ao POR (Programa Operacional Regional). Mas os outros oito mil milhões estarão em projectos temáticos e a ser geridos fora deste PO regional”, declarou aos jornalistas o presidente da Câmara de Vila Real e líder da distrital Rui Santos. no final de uma reunião com o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Emídio Gomes, a quem os socialistas entregaram um documento, intitulado “Convergência de Sinergias – Desenvolvimento do Norte”.

“Queremos, de forma vincada, a garantia do Governo de que vão ser aplicados no Norte. Temos muitas dúvidas de que se voltem a utilizar subterfúgios para, a partir de Lisboa, canalizarem verbas para programas de âmbito nacional, alegando que esses programas e essas acções também beneficiam o Norte”, reiterou o socialista de Vila Real.

Por seu lado, o líder do PS-Porto, José Luís Carneiro, ao ser questionado sobre se esta tomada de posição não poderia ter mais força caso fosse concertada entre todas as forças políticas a Norte, declarou que “existe diálogo com as federações de outros partidos”, designadamente com o PSD.

E sobre as preocupações manifestadas por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, e Almeida Henriques, social-democrata que preside à Câmara de Viseu, sobre a lista dos 30 investimentos prioritários definida pela comissão que o Governo criou para o efeito,José Luís Carneiro disse partilhar delas.

“Partilhamos dessas preocupações, que têm a ver com um conjunto de investimentos infra-estruturais que ainda carece fazer. Há problemas em termos de infra-estruturas em termos rodoviários e fluviais. São necessidades infra-estruturais que o território português ainda tem para se posicionar no quadro da competição económica global”, referiu o também presidente da Câmara de Baião.

Quinta-feira, num jantar alusivo aos 100 dias à frente da Câmara do Porto, Rui Moreira declarou que não há ninguém que o possa mandar calar sobre os fundos comunitários e outras questões fundamentais para a cidade. E elogiou o socialista Manuel Pizarro, considerando-o como o “parceiro ideal”.

"Quando muitos outros hesitaram, manobraram ou simplesmente se calaram, o Porto falou alto sobre a questão dos fundos comunitários. Não vou maçá-los com a questão, porque já todos percebemos o que está em causa. Vou apenas dizer-vos que sobre esta e sobre qualquer outra questão fundamental para a cidade, não nos vamos calar nunca, porque essa é a vantagem de sermos independentes: não há ninguém que nos possa mandar calar", afirmou Rui Moreira num longo discurso, posteriormente publicado no Facebook.

Sobre a coligação pós eleitoral com o PS, o presidente da Câmara do Porto declarou: "Encontrámos no dr. Manuel Pizarro o parceiro ideal. Não apenas pela aproximação do seu programa eleitoral ao nosso, que durante a campanha fomos realçando, como também porque o Dr. Manuel Pizarro - mesmo contra a vontade do seu partido em Lisboa -, em nome da cidade, ofereceu-nos essa estabilidade, tão importante para a governação do Porto".              
 
 

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