Oposição secular e partido islâmico no poder prometem acordo para breve na Tunísia

Políticos tentam conter os protestos que ressurgiram depois do assassínio de um líder da oposição na quinta-feira.

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O funeral do líder da oposição morto na quinta-feira foi escoltado por militares por razões de segurança FETHI BELAID/AFP

Os parceiros da coligação do partido islâmico no poder na Tunísia estão a manter conversas com vista ao alcance de um acordo de partilha de poder numa tentativa de conter a onda de protestos desde quinta-feira quando o líder do partido da oposição Mohamed Brahimi foi assassinado na capital Tunes. O objectivo é alcançar um acordo “nas próximas horas”, disse no sábado à noite o porta-voz da Assembleia Constituinte.

Citado pela Reuters, depois de uma entrevista a uma rádio local, Mufdi al-Masady garantiu que “a tendência agora” era “no sentido de se criar uma maior base de apoio do poder” que ajude a limitar o descontentamento e os protestos através de um entendimento entre os parceiros seculares e o partido dominante islâmico Ennahda.

No sábado, dezenas de milhares de pessoas participaram no funeral de Mohamed Brahimi escoltado por militares por razões de segurança e, durante o dia, a polícia dispersou várias manifestações, a mais importante das quais em Sidi Bouzid, berço da revolução de 2011 e terra de origem de Mohamed Brahimi.

A morte de Brahimi acontece poucos meses depois de um outro líder da oposição ter sido assassinado, em Fevereiro, e com a mesma arma, segundo disse o ministro do Interior. O assassínio levou os partidos da oposição secular a exigir a dissolução do Governo liderado pelo Ennahda, numa altura em que se aguardava para breve o anúncio da realização de eleições legislativas e presidenciais.
 

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