CaixaBank formaliza compra do Banco de Valência

Comissão Nacional de Concorrência deu luz verde à venda do Banco de Valência, intervencionado pelo Estado espanhol, ao grupo catalão

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O CaixaBank tem uma rede de 5695 balcões LLUIS GENE/AFP

O CaixaBank formalizou nesta quinta-feira a compra de 98,9% do capital do centenário Banco de Valência, cumpridos os passos previstos no contrato assinado em Novembro com a entidade que gere este banco, nacionalizado com uma injecção de 5500 milhões de euros.

Com esta formalização, entra em vigor um “esquema de protecção de activos”, que prevê que o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) – a entidade que gere os bancos e caixas nacionalizados – assuma, “durante um prazo de dez anos, 72,5% das perdas que sofra a carteira de pequenas e médias empresas e de trabalhadores independentes e os riscos contingentes do Banco de Valência”.

O FROB assumiu o controlo do Banco de Valência injectando nele 5500 milhões de euros que, posteriormente, acordou vender ao CaixaBank pelo valor simbólico de um euro.

Numa nota remetida ao regulador do mercado de capitais espanhol, o CaixaBank (accionista do BPI) explica que a administração deverá ser aprovada numa assembleia de accionistas do Banco de Valência a 14 de Março. Até essa altura, o FROB continua a ser o administrador provisório do banco.

A nota do CaixaBank foi remetida depois da aprovação da aquisição pela Comissão Nacional de Concorrência espanhola ter dado luz verde à aquisição.

O Banco de Valência representa uma parte residual do sistema financeiro nacional. Ainda assim, com a aquisição, o CaixaBank consolida a liderança no mercado espanhol em volume total de activos (365 mil milhões de euros), acima do Santander (331 mil milhões) e do BBVA (322 mil milhões).

No final do ano, e excluindo os valores do Banco de Valência, o CaixaBank somava 13 milhões de clientes, depois da incorporação dos procedentes da Banca Cívica, recursos totais de 288.568 milhões de euros (mais 19,6%) e uma carteira de créditos de 223.449 milhões de euros (mais 20,1%).

O CaixaBank anunciou, esta semana, um programa de ajuste de pessoal em Espanha, devido à absorção do Banca Cívica e do Banco de Valência, que afectará cerca de 3000 trabalhadores.

Em comunicado, a entidade catalã explica que o ajuste pretende adaptar a CaixaBank “ao contexto actual e melhorar a eficiência de seus recursos” e que abre agora um período de diálogo e negociação com os sindicatos, “que poderá prolongar-se até finais de Abril”. A entidade compromete-se a “analisar todas as fórmulas possíveis e alcançar as melhores medidas para ajustar o seu modelo às necessidades de negócio”.

“Como em processos similares, a entidade mantém a vontade negociadora e a disposição ao diálogo aberto e permanente com os representantes dos trabalhadores”, refere o comunicado.

Desde que o processo de reforma financeira arrancou em Espanha, o CaixaBank adquiriu o Caixa Girona e o Bankpime, completando este ano a integração da Banca Cívica e do Banco de Valência.
 

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