PS acusa Passos de perder “o sentido da realidade”

Carlos Zorrinho diz que primeiro-ministro se contradiz ao afirmar que Portugal não quer mais tempo nem dinheiro e depois admite pedir alargamento do prazo para o défice.

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Zorrinho desafiou o primeiro-ministro a comparecer ao debate de urgência pedido pelo PS para quinta-feira sobre consolidação orçamental. Rui Gaudêncio

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, acusou nesta terça-feira à tarde Pedro Passos Coelho de ter perdido “o sentido da realidade” ao contradizer-se sobre pedir ou não à troika mais tempo para cumprir as metas orçamentais.

“Hoje, ao mesmo tempo que ouvimos o primeiro-ministro dizer que Portugal não precisava de mais tempo nem de mais dinheiro para cumprir, ouvimos dizer candidamente que vai pedir à troika mais um ano para consolidar o défice. O que quer fazer o primeiro-ministro? Fazer de nós tolos?”, questionava-se Carlos Zorrinho, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

“O primeiro-ministro perdeu o sentido da realidade”, resumiu o líder parlamentar do PS, comentando afirmações de Passos Coelho ao fim da manhã em que admitia que o Governo e a troika possam vir a combinar, durante esta sétima avaliação, num novo adiamento dos prazos para o ajustamento do défice.

“Os portugueses têm direito à credibilidade e à verdade. Dizer e desdizer-se sobre a mesma matéria no mesmo momento não é forma de mostrar credibilidade à sociedade portuguesa”, criticou Zorrinho, para quem é “muito claro” que Passos Coelho “quer mais um ano para continuar a fazer os mesmos erros que fez até aqui e que nos trouxeram a esta situação tão difícil”.

Já do lado do PS, a situação é a oposta, defende o líder parlamentar, porque o partido pede, há mais de um ano, “mais tempo para aplicar as políticas” impostas pelo memorando e também políticas que promovam o crescimento e o emprego.

“Não queremos nem mais uma medida de austeridade”, vincou Zorrinho, tal como já fizera António José Seguro, nesta terça-feira de manhã. Mas o líder parlamentar socialista lançou outro desafio: que o primeiro-ministro compareça no Parlamento, para o debate de urgência sobre consolidação orçamental que o PS agendou para esta quinta-feira e onde promete divulgar um conjunto de propostas sobre o assunto.
 
 

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