Reduzir a dívida “é uma maratona e não um sprint”, diz o FMI

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Christine Lagarde, presidente do FMI Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

A redução da dívida pública “é um processo demorado, sobretudo no contexto de um ambiente externo frágil”, defende o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Num artigo que acompanhará a edição de Outubro das suas previsões macroeconómicas, o fundo argumenta que “consertar problemas orçamentais e reduzir a dívida leva o seu tempo”.

“As expectativas quanto ao que pode ser conseguido [num processo de consolidação orçamental] devem ser realistas”, alerta o artigo, intitulado O Bom, o Mau e o Feio: 100 anos a lidar com o espectro da dívida pública.

Os técnicos do FMI estudaram um século de evolução da dívida pública, focando-se em seis casos particulares em que a dívida ultrapassou os 100% do PIB (entre os quais o Reino Unido nos anos 1920 ou a Itália nos anos 1990).

A conclusão é que, com excepção dos períodos pós-guerras mundiais, “os défices primários não foram corrigidos rapidamente”. Ou seja, quando a dívida pública de um país ultrapassa os 100% do respectivo PIB, são precisas décadas para a reduzir a níveis mais controláveis. Segundo o estudo, em média, 15 anos depois de um país ultrapassar os 100% de endividamento, a dívida só baixa 10 pontos percentuais.

A troika previa que este ano a dívida pública portuguesa iria atingir 114,4% do PIB, subindo para um máximo histórico de 118,6% em 2013, descendo gradualmente até aos 80% em 2030.

Estas previsões, contudo, já foram revistas. O ministro das Finanças anunciou este mês que a dívida de Portugal deverá chegar aos 119,1% do PIB no final deste ano, subindo para 124% em 2013.

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