Portugal em condições de regressar aos mercados em 2013, diz Seguro

O secretário-geral do PS afirmou hoje que a decisão do BCE comprar dívida soberana está em linha com as suas reivindicações, permitindo a Portugal regressar aos mercados em 2013 e aliviar os sacrifícios das pessoas.

A posição de António José Seguro foi transmitida logo no início da sua intervenção num fórum promovido pela Federação Nacional de Educação (FNE).

O líder socialista elogiou a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de criar um novo programa de compra de dívida soberana no mercado secundário.

“Algumas das reivindicações que tenho vindo a fazer há mais de um ano foram hoje tomadas pelo BCE, que anunciou decisões muito importantes para a União Europeia e para Portugal (membro da zona euro). Com esta decisão do BCE Portugal está em condições de regressar aos mercados no próximo ano”, sustentou António José Seguro.

O secretário-geral do PS falou depois em síntese em algumas das consequências que poderão resultar da decisão do BCE passar a comprar dívida soberana no mercado secundário.

“O BCE decidiu ter uma intervenção mais activa junto dos mercados financeiros para travar a especulação, garantindo custos de financiamento mais baixos. Com menores custos de financiamento pagaremos menos juros e os sacrifícios pedidos às pessoas podem ser aliviados”, advogou ainda o secretário-geral do PS.

De acordo com António José Seguro, embora não tenha divulgado valores, o BCE garante “quais são as taxas de juro para cada país a partir do qual intervém para garantir custos de financiamento adequados”. “Ora, baixando os custos de financiamento do nosso país, da nossa economia, isso significa que pagaremos menos juros. Pagando menos juros, isso quer dizer que o défice orçamental diminui e quer dizer que os sacrifícios que temos de fazer diminuem”, apontou o secretário-geral do PS.

Neste contexto, António José Seguro defendeu que “a vida dos portugueses e das empresas portuguesas será aliviada em função da decisão do BCE”.

Na sua intervenção, que durou cerca de 20 minutos, António José Seguro criticou a situação que caracterizou a União Europeia nos últimos anos.

Seguro considerou inaceitável que países em dificuldade (como Portugal) “paguem taxas de juro elevadíssimas e a Alemanha, que faz parte da mesma zona euro, pague taxas de juro inferior à taxa de inflação, ganhando dinheiro por ter taxas de juro negativas”.

“Esta crise não nasceu na Europa, mas a Europa, por ter sido preguiçosa, irresponsável e por não ter tido lideranças à altura, andou sempre a correr atrás dos prejuízos, fazendo sua uma crise que nascera nos Estados Unidos”, disse, aludindo, depois, aos mais recentes dados do eurostat sobre o segundo trimestre deste ano que indicam uma regressão da actividade económica na zona euro e em Portugal de menos 3,3 por cento.

“Estamos cada vez mais afastados da média da União Europeia a 27”, acrescentou.

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