Unicre diz que tem feito “um esforço considerável” para reduzir custos das taxas

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O valor médio das comissões em Portugal é o mais elevado da Europa Rita Baleia

A Unicre, empresa especializada na gestão e emissão de cartões de pagamento, tem feito “um esforço considerável” para reduzir taxas sobre operações, disse hoje à Lusa fonte oficial da instituição.

Ao final da tarde de hoje, fonte oficial do Pingo Doce confirmou à agência Lusa que a partir do dia 1 de Setembro vai deixar de aceitar pagamentos com cartões de multibanco e de crédito em compras com valor inferior a 20 euros, devido ao elevado valor das taxas, e que até ao final da semana será divulgada informação sobre este assunto nas 371 lojas da cadeia de supermercados.

A mesma fonte garantiu que esta medida é aplicada “exclusivamente aos cartões de débito e de crédito”.

Esta posição da Unicre surge depois de o PÚBLICO ter noticiado que a partir de Setembro o Pingo Doce, cadeia de supermercados do grupo Jerónimo Martins, vai deixar de aceitar pagamentos com cartões de multibanco e de crédito em compras com valor inferior a 20 euros.

Numa nota escrita, que já começou a ser distribuída a alguns clientes, a empresa refere que a medida vai permitir uma poupança anual superior a cinco milhões de euros.

Também hoje, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) considerou as taxas aplicadas às transacções com cartões de débito e crédito, que são pagas pelos comerciantes, como “muito elevadas” e que estão acima da média europeia.

Questionada pela Lusa sobre esta situação, fonte oficial da Unicre disse que a empresa “tem feito um esforço considerável, em colaboração com os seus clientes, para reduzir os custos da operação, tornando-a cada vez mais eficiente, podendo assim baixar os preços junto dos comerciantes”.

Segundo a Unicre, “este é um esforço permanente que, obviamente, vai continuar, sendo certo que há variáveis que não dependem” da empresa.

Questionada pela Lusa sobre o que faz com que as taxas sejam elevadas, fonte oficial disse que o “’elevado’ é um conceito relativo”. A mesma fonte apontou que “os preços acordados com cada um dos estabelecimentos comerciais reflectem a procura dos diferentes serviços que a Unicre oferece ao mercado, a pressão concorrencial, o tipo de cartão, o volume de negócio, o objecto de pagamento com cartão, o montante da sua transacção média, o tipo de canal através do qual é feito a transacção, bem como as comissões devidas aos sistemas internacionais de cartões, aos emissores e processadores”.

Sobre se o valor das comissões em Portugal é o mais elevado, em termos médios, da Europa, fonte oficial adiantou que “há estudos que demonstram que as comissões praticadas em Portugal estão em linha com a média europeia”.

Porém, “há outros que apontam para uma divergência, tudo depende das variáveis consideráveis e dos serviços comparados, que diferem de mercado para mercado”.

A Lusa contactou também a SIBS, que gere a rede de multibanco em Portugal, no sentido de perceber quais os custos associados ao valor das taxas cobradas nas transacções.

Fonte oficial da SIBS esclareceu que “não tem relações contratuais directas com a cadeia de supermercados Pingo Doce” e que “os terminais de pagamento automático são sempre apoiados por uma instituição financeira à qual cabe exclusivamente a gestão das condições comerciais para com os seus clientes e comerciantes”.

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