Sucessão bicéfala é solução "para o século XXI", diz Francisco Louçã

O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louça, defendeu, na noite deste sábado, que a sua sucessão representa a abertura a um novo ciclo político e que uma direcção bicéfala é uma solução “para o século XXI”.

“O que é estranho é que a sociedade não se faça representar nos partidos como ela é. No século XXI procuramos soluções para o século XXI”, disse Louçã aos jornalistas à margem de um comício que teve lugar em Quarteira, Algarve.

Sublinhando a necessidade de abrir um novo ciclo político dentro do Bloco de Esquerda, o dirigente disse que a renovação tornará o partido mais forte “numa altura em que é preciso uma esquerda mais forte”.

Justificou que o poder “não deve ser exercido durante tempo demais” e considerou que é útil para o partido “dar lugar a outras pessoas”, de acordo com “o princípio republicano”.

Escusando-se a revelar o que fará depois de sair do partido, garantiu que estará “em todas as lutas”, com “mais tempo” para as pessoas.

“Sim, contem comigo, eu não vou para um conselho de administração. Eu vou estar aqui onde é preciso que haja ideias, combatividade, com um pé na rua, próximo das pessoas, porventura com mais tempo, fazer tudo o que me for pedido e for necessário para uma esquerda forte”, disse.

Escusando-se a comentar os dois nomes apontados para a sua sucessão – João Semedo e Catarina Martins – refutou qualquer tentativa de condicionar a opinião dos militantes.

“Cada pessoa tem a sua opinião e votará de acordo com ela, o que seria estranho seria eu não dizer o que penso. Eu não escondo a minha opinião”, justificou.

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