Zona euro recua 0,2% com pelo menos cinco economias em recessão

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Economia alemã continua a crescer John MacDougall/AFP

Economia da moeda única caiu 0,2% no segundo trimestre, em comparação com os três meses anteriores. Alemanha e França comportaram-se bem, mas não o suficiente para compensar cinco economias em recessão.

De acordo com os dados hoje divulgados pelo Eurostat, a economia da zona euro contraiu 0,2% no segundo trimestre, depois de ter estagnado no primeiro trimestre do ano. Em termos homólogos, a queda é de 0,4% e sucede também a um crescimento nulo.

Estes números estão em linha com as previsões dos analistas, visto que, apesar do comportamento das duas maiores economias europeias (a Alemanha e a França) se ter revelado melhor do que o esperado, a recessão acentuou-se em, pelo menos, cinco outros países (Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Chipre). E nem mesmo os países do Norte europeu estão a escapar: a Finlândia contraiu 1% no primeiro trimestre, face aos três primeiros meses do ano.

Os dados do Eurostat mostram que a Espanha viu a sua recessão agravar-se, com o PIB a cair 0,4% no segundo trimestre, face ao trimestre anterior. Em termos homólogos, a economia está a recuar 1%.Também a Itália continua em recessão, com o PIB a cair 0,7% em cadeia e 2,5% em termos homólogos. Portugal também faz parte da “lista negra”, com uma diminuição de 1,2% no PIB face ao trimestre anterior e de 3,3% face ao ano anterior. Para a Grécia, não há dados disponíveis quanto à evolução em cadeia do PIB, mas, segundo as estatísticas ontem divulgadas pelo Governo, a economia helénica recuou 6,2% no segundo trimestre.

O Chipre é a quinta economia do euro em recessão, com uma queda de 0,8% no segundo trimestre face ao trimestre anterior. Não se conhecem ainda, contudo, os números relativos a alguns países, como a Irlanda, o Luxemburgo ou Malta – economias que, no primeiro trimestre, tinham apresentado taxas de crescimento negativas.

Alemanha e França superam expectativas

Tal como já tinha sido divulgado esta manhã pelos respectivos Governos, a Alemanha e a França continuam a evitar um impacto maior da crise da dívida.

Entre Abril e Junho, a economia germânica cresceu 0,3% em cadeia. Ainda assim, este valor representa um abrandamento face aos valores registados no primeiro trimestre do ano e está ligeiramente acima da previsão dos economistas. Em termos homólogos, a maior economia do euro cresceu 1% no segundo trimestre, graças à força das exportações e ao consumo privado.

Do mesmo modo, a França continua a escapar ao crescimento negativo graças ao investimento público e às vendas ao exterior. Pelo terceiro trimestre consecutivo, a economia francesa não cresceu.A economia holandesa, a quinta maior da zona euro, também surpreendeu ao crescer 0,2% em cadeia, enquanto a maioria dos economistas apontavam para uma contracção.

No entanto, há claros sinais de que também o núcleo duro do centro e norte da Europa já está a ser atingido em força pela crise. A Finlândia, um forte aliado da Alemanha na defesa da austeridade e que se tem mostrado vez mais céptica quanto aos resgates europeus, viu a sua economia contrair 1% face ao trimestre anterior. Em termos homólogos, ainda está a crescer 0,6%.

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