CGD atira para a falência projecto no Alqueva considerado pelo Governo de "interesse nacional"

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Foto: Rui Gaudêncio

A Parque Alqueva, na região de Monsaraz, projecto liderado por José Roquette, prepara-se para pedir a insolvência por ausência de financiamento da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O empreendimento foi classificado, em Agosto de 2011, pelo actual Governo como Projecto de Interesse Estratégico Nacional, com o apoio do Ministério da Economia, da AICEP e da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz.

O pedido de insolvência resulta da falta de acordo quanto ao modelo de financiamento do projecto, o que resultou de uma decisão “definitiva” apresentada em Julho pelo grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD). Ficam em causa 200 empregos directos e 300 indirectos, numa primeira fase de construção do projecto âncora do destino turístico Alqueva.

“Os bancos financiadores, BPI e CGD, têm procurado desde 2009 estruturar o financiamento de médio/longo prazo a que se comprometeram, que só conseguiram apresentar em Outubro de 2011 e em condições que não são aceitáveis para o principal accionista das sociedades e promotor do projecto”, explicou José Roquette, “em especial porque a CGD não respeitou compromissos inicialmente assumidos que permitiriam ao promotor concluir o projecto.”

Numa nota escrita, o empresário revelou que, “até à data, o promotor tem procurado encontrar um entendimento com os bancos ou soluções alternativas que permitissem avançar com o projecto”. Mas “tais iniciativas não tiveram infelizmente sucesso, tendo a CGD confirmado que não financiaria o projecto sem a manutenção de garantia pessoal antes prestada pelo promotor”.

No entanto, essa garantia “representa, em termos práticos, que seria o promotor a assumir, de forma ilimitada, a responsabilidade pelo projecto, não partilhando a CGD do risco pelo qual foi e continuaria a ser muitíssimo bem remunerada”. Roquette evidencia “que a última proposta de re-financiamento recebeu, na fase final, a aprovação do BPI”.

Em resposta ao comunicado de José Roquette, a CGD diz que “lamenta que a SAIP venha de forma directa ou indirecta responsabilizar a pela eventual não concretização dos seus investimentos no Alqueva.” A CGD, garante que “cumpriu com todas as suas obrigações enquanto instituição de crédito, mas não pode deixar de exigir as garantias adequadas ao risco que cada operação apresenta, como reiteradamente tem comunicado à empresa ao longo dos últimos meses.”

Notícia actualizada às 16h55

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