O Banco Espírito Santo (BES) fechou o ano de 2011 com prejuízos de 108,8 milhões de euros, em parte devido ao reforço das imparidades e à transferência de parte do fundo de pensões para a Segurança Social.

Em comunicado enviado à CMVM, a entidade que regula o mercado de valores mobiliários, o BES refere que, “excluindo os factos de natureza não recorrente, o resultado teria sido positivo em 166,6 milhões de euros”, ainda assim abaixo dos 556,9 milhões de euros registados em 2010.

Na justificação das perdas apresentadas, o BES destaca “o desenvolvimento do processo de desalavancagem financeira, baseado na intensificação da captação de depósitos e na redução da carteira de crédito, teve reflexos ao nível do resultado financeiro que registou um crescimento de apenas 1,5%”.

Refere ainda que “o reforço das imparidades, necessário face ao agravamento da conjuntura económica, situou-se em 848,3 milhões de euros, montante que representa um aumento de 314,7 milhões de euros (+59%) em relação ao exercício de 2010”.

Entre outros factores, é destacada a contabilização de encargos de natureza extraordinária no total de 378,3 milhões de euros, o que inclui perdas decorrentes da transferência para a Segurança Social das responsabilidades com pensões (107 milhões de euros), perdas na participação na BES Vida (193,3 milhões de euros) e prejuízos na venda de créditos internacionais (78 milhões de euros).

No comunicado, o BES destaca que a solidez financeira foi reforçada, com o rácio Core Tier I a atingir os 9,2%