Novo bastonário dos enfermeiros quer unir profissionais

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A Ordem dos Enfermeiros anunciou hoje a eleição do enfermeiro como Bastonário para o triénio 2012-2015 Pedro Vilela

Aproximar os enfermeiros, dar mais visibilidade à profissão, lutar contra o desemprego e contra a usurpação de funções são as prioridades do novo bastonário da Ordem dos Enfermeiros.

Em declarações à Lusa, a propósito da sua eleição, Germano Couto destacou a necessidade de unir os enfermeiros e aproximá-los da ordem.

“Pelo contacto que tive na campanha e pela experiência que tenho na ordem enquanto presidente da Secção Regional do Norte percebi que os enfermeiros andam muito afastados da sua estrutura representativa e considero importante que se identifiquem com a ordem porque senão a profissão ficará cada vez mais fragilizada”, afirmou.

Este será o primeiro passo do novo bastonário, que tomará posse no final de Janeiro.

Por outro lado, Germano Couto quer proporcionar mais visibilidade à profissão, e considera que esse é um desígnio de uma estrutura que representa 64.500 enfermeiros em todo o país, que foi “um bocado esquecido nos últimos anos”.

“O cidadão tem necessidade de saber qual o papel do enfermeiro, o que é que pode esperar dele, que ganhos em saúde pode obter se procurar um enfermeiro. Os próprios políticos têm que ter essa noção, pois se a tivesse poderiam apostar mais nos cuidados de enfermagem, mais bem rentabilizados, e tornariam o Serviço Nacional de Saúde mais eficiente, com menos desperdícios”, afirmou.

O desemprego é outra das preocupações do novo bastonário, uma vez que todos os anos se formam entre três mil e quatro mil enfermeiros para um mercado de trabalho, que tem essas necessidades, mas que só absorve cerca de dois mil por ano.

“Ficam milhares desempregados que têm duas opões: ou emigram ou aguardam de uma forma inactiva, ou desempenhando outras profissões, o que faz com que vão perdendo competências diariamente”, afirmou.

Por isso, defende um “diálogo muito próximo com o Ministério do Ensino Superior e da Saúde, para que haja “maturidade governativa” no que diz respeito à enfermagem.

“Um país como Portugal não se pode dar ao luxo de formar enfermeiros para o desemprego”, considerou.

A Germano Couto preocupa também a “usurpação de funções”.

“Continuamos a assistir a tentativas de colocar outros profissionais a exercer a profissão de enfermagem. Além de ser denunciado, tem que haver mão forte da ordem, e se não puder actuar, denunciar junto do Ministério Público para que os cidadãos tenham os cuidados de enfermagem que merecem e não pretensos cuidados de enfermagem”.

A Ordem dos Enfermeiros anunciou hoje a eleição do enfermeiro como Bastonário para o triénio 2012-2015.

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