Partidos querem debate de urgência e auditoria às contas da Madeira

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O comunista Edgar Silva quer “debater politicamente as responsabilidades por esta situação desastrosa” Miguel Silva/arquivo

O CDS-PP e a CDU defenderam hoje a realização de um debate de urgência na Assembleia Legislativa Regional sobre as contas da Região Autónoma da Madeira, insistindo o BE e a coligação na realização de uma auditoria.

O cabeça de lista da CDU às eleições legislativas regionais, Edgar Silva, anunciou ter requerido uma reunião urgente da Comissão Permanente do Parlamento Regional para a convocação extraordinária do plenário.

“O objectivo é debater politicamente as responsabilidades por esta situação desastrosa”, disse à agência Lusa Edgar Silva, um dia depois de o ministro das Finanças ter classificado a situação na Madeira como “insustentável” e de a Comissão Europeia confirmar “deslizes” de 500 milhões de euros nas contas da região.

Já o líder parlamentar do CDS-PP, António Lopes da Fonseca, salientou que a presença na assembleia do presidente do Governo Regional, o social-democrata Alberto João Jardim, que o partido vai requerer, pretende o esclarecimento da “real situação financeira da região”.

António Lopes da Fonseca, candidato às eleições legislativas regionais, acrescentou que o CDS-PP quer saber se já está em curso a negociação do plano de assistência e resgate financeiro e que medidas vão ser tomadas para reduzir a despesa pública.

“Constatamos que enquanto os socialistas e Sócrates deixaram Portugal na insolvência, PSD e Alberto João Jardim estão a deixar a Madeira na falência”, considerou o deputado.

O cabeça de lista do BE às eleições de 9 de Outubro, Roberto Almada, insistiu, por seu turno, numa “auditoria rigorosa às contas da região”, defendendo a necessidade de “apurar responsabilidades pelo desvario e pelas irresponsabilidades deste Governo Regional”.

Segundo Roberto Almada, “se no final do ano de 2010 os encargos financeiros aproximavam-se já dos cinco mil milhões de euros, a realidade em 2011 será no mínimo catastrófica”.

“E essa catástrofe terá que ser paga em dobro pelos madeirenses”, admitiu o candidato, garantindo que o Bloco “não aceita que os madeirenses tenham que cumprir dois programas de austeridade, um nacional e outro regional”.

Edgar Silva explicou que a CDU quer também uma auditoria, que “deve ser realizada imediatamente por uma entidade exterior à região” para “o apuramento rigoroso dos reais montantes da dívida directa e indirecta”.

“O pior que pode haver é esta dança dos valores da dívida”, considerou, referindo que a CDU tem “a ideia clara de que têm sido usados pelo Governo Regional mecanismos para dissimular, camuflar, os níveis de endividamento, que serão muito mais elevados e gravosos”.

Na quarta-feira, Alberto João Jardim disse não estar surpreendido com as notícias de “novos buracos” financeiros nas contas da região, que desmentiu, garantindo que “vai ser assim” até às eleições.

“Já se sabe qual é o montante da dívida, só que a estratégia é dar os números às pinguinhas e vai ser assim durante o mês de Setembro”, disse.

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