PSP já identificou “todos os intervenientes” no vídeo de agressão a jovem

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A vítima tem 13 anos e as agressoras 15 e 16 anos Foto: DR

Todos os intervenientes no vídeo colocado no Facebook com imagens de uma jovem a ser espancada por outras duas perante a passividade e até regozijo de outros adolescentes já foram identificados, assegurou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em comunicado. O rapaz que terá colocado o vídeo na Internet tem antecedentes criminais pela prática de crimes violentos.

“Logo após a detecção do vídeo, e face à gravidade das agressões, foram iniciadas diligências que permitiram identificar o local da ocorrência, nomeadamente nas traseiras da Rua Mestre Lima de Freitas, Quinta da Granja, em Benfica. Assim, pelos factos terem ocorrido em Lisboa, mas haver informação que a vítima e os agressores residiam noutras áreas da Grande Lisboa, foram de imediato mobilizadas as várias subunidades deste Comando, nomeadamente a Divisão Policial de Sintra, Amadora, Loures e ainda a Divisão de Investigação Criminal, em estreita coordenação com o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa com o objectivo comum de identificar os agressores”, lê-se no comunicado.

A PSP explicou que identificou todos os intervenientes ainda durante o dia de ontem, “nomeadamente a vítima, de 13 anos, as agressoras, com 15 e 16 anos de idade, o autor do vídeo e responsável pela sua colocação na Internet, com 18 anos de idade, bem como outros adolescentes que se encontravam no local a assistir às agressões”.

Como uma das agressoras não completou ainda 16 anos, está a ser extraída certidão para remessa ao Tribunal de Família e Menores de Lisboa, para instauração de Inquérito Tutelar Educativo, informa, por sua vez a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, em comunicado. A vítima foi mandada apresentar na Delegação de Lisboa do Instituto Nacional de Medicina Legal, para exames médico-legais.

Segundo a nota da PSP, o suspeito de ter colocado o vídeo na Internet “tem antecedentes criminais pela prática de crimes violentos, tendo inclusivamente sido detido na passada segunda-feira, dia 23, às 18h30 pela prática de um crime de roubo de um telemóvel, nas imediações do local onde ocorreram as agressões”. O suspeito ficou sujeito a apresentações na esquadra da área de residência.

O PÚBLICO questionou o Comando Metropolitano da PSP sobre o tipo de crimes violentos cometidos pelo suspeito, mas o gabinete de Relações Públicas adiantou que “não serão divulgadas mais informações”, justificando que o caso está sob investigação e que a divulgação de mais pormenores “poderia interferir com outras investigações em curso”.

Provas estão a ser reunidas

“As diligências investigatórias continuaram a ser feitas, com vista ao esclarecimento da situação e reunião de prova que permita consubstanciar os indícios já imputados aos suspeitos identificados”, acrescentou ainda a PSP.

Também ontem, em reacção ao vídeo que circulava nas redes sociais, a Procuradoria-Geral da República admitiu que o Ministério Público "não tem peritos informáticos ao seu serviço capazes de detectar, em tempo útil, crimes divulgados nas redes sociais".

O esclarecimento surgiu em resposta a perguntas da comunicação social sobre um vídeo, que foi colocado no Facebook, com imagens de uma jovem a ser espancada. Um rapaz gravou o sucedido e colocou o vídeo na internet. O vídeo terá sido filmado na zona de Benfica, junto ao centro comercial Colombo. As imagens são de uma grande violência. Tudo começa com uma troca azeda de palavras, sendo depois uma das raparigas, de 13 anos, agredida com chapadas, puxões de cabelo e pontapés em todo o corpo por duas outras jovens. A cena é filmada por um rapaz, que chega a pedir a outro que não se ponha na frente para melhor captar as imagens. Ouvem-se risos e ninguém tenta evitar as agressões.

O espancamento da jovem pode configurar um crime de ofensas corporais qualificadas. Neste tipo de crime não é necessária a apresentação de uma queixa para se iniciar uma investigação. O processo está a ser seguido pela Procuradoria, nomeadamente através do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP). Apesar de frisar que falta ao Ministério Público "apoio especializado em matéria de crimes através da Internet, divulgados na Internet ou com o uso da Internet", a PGR indicou que, neste processo, dará à PSP "o apoio informático que for possível e necessário para a recolha de prova".

Notícia actualizada às 15h42
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