O protesto cidade a cidade

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Manifetsação em Lisboa Daniel Rocha

Em 11 cidades, o Protesto Geração à Rasca juntou milhares nas ruas contra a precariedade. A organização fala em 300 mil de Norte a Sul. Só em Lisboa e Porto, foram cerca de 280 mil. Um traço comum em todas elas: uma manifestação de gerações, com gente de todos os quadrantes políticos.

Lisboa:

Um mar de gente na Avenida da Liberdade. Manifestantes da extrema-esquerda à extrema-direita. O cordão de gente nunca parou de crescer e o Rossio, em festa, foi pequeno demais para os que iam chegando. Mais de 200 mil concentrados de forma pacífica, segundo a organização, 100 mil para a PSP.

Porto:

A manifestação estava prevista para terminar na praça D. João I, mas a afluência de pessoas foi tão grande que os participantes seguiram para a Avenida dos Aliados. A organização fala em 80 mil na rua, a PSP aponta para 50 a 60 mil. Traço dominante do protesto: pessoas de todas as idades, à semelhança dos protestos nas outras cidades.

Coimbra:

Durante uma ou duas horas, na Praça da República, o vaivém foi constante. As pessoas (de todas as idades) chegavam e ficavam de mãos nos bolsos, caladas, sozinhas ou em pequenos grupos. Houve quem ficasse algum tempo – distraindo-se com a leitura dos poucos cartazes que se erguiam, aqui e ali – e depois partisse, dando lugar a outras pessoas que também não vinham para ficar. O ambiente só aqueceu (e apenas para alguns) por volta das 17h00, quando alguém sugeriu ir até à câmara, primeiro, e ao governo civil, depois. Nessa fase, quem engrossou o cortejo foi principalmente gente nova, usando velhas palavras de ordem. “25 de Abril sempre”, “o povo unido jamais será vencido” ou “fascismo nunca mais” – foi isto que se ouviu gritar.

Braga:

Em Braga o protesto da “Geração à Rasca” concentrou, na Avenida Central, mais de dois mil participantes. Orientados através de megafones, por jovens ligados à organização e outros menos jovens, com filiações partidárias, os manifestantes lá iam ecoando algumas palavras de protesto:“A luta continua, Governo para a rua”. O desfile não estava previsto mas acabou por acontecer, em ritmo de marcha silenciosa, pelas ruas da cidade.

Leiria:

Na página do Facebook conseguiram ultrapassar os mil apoiantes. Mas do virtual para a realidade, a manifestação da Geração à Rasca em Leiria ficou-se por pouco mais de 500 participantes. “A luta continua quando o povo sai à rua” ou “o povo unido jamais será vencido”, frases imortais que se iluminam das vozes dos mais novos e se propagam para os mais velhos.

Faro:

Em desfile pela Avenida 5 de Outubro, juntaram-se seis mil pessoas a gritar “mudança, mudança para melhor”. Foi uma das maiores manifestações de sempre no Algarve e um “balão de ensaio” para outros protestos que se anunciam para breve na região. A organização contava reunir cerca de três mil pessoas, confirmadas através do Facebook, mas acabaram por ter o dobro de apoiantes, segundo a PSP.

Funchal:

Foi fraca a adesão dos jovens ao protesto, apesar do anunciado apoio da “Jota” do maior partido da região que prometera a participação de representantes de todas as partes da Madeira e do Porto Santo. No Largo do Município compareceu pouco mais de um décimo das 2.500 pessoas que, através das redes sociais, tinham assegurado a sua presença.

Ponta Delgada:

A manifestação encheu as Portas da Cidade, local emblemático de Ponta Delgada e desmobilizou frente ao Palácio da Conceição, edifício do Governo Regional dos Açores.

Castelo Branco:

O protesto, não oficializado, juntou nas arcadas do Largo da Oliveira, pouco mais de uma centena de pessoas.

Lá fora

Em Barcelona, cerca de 60 portugueses concentraram frente ao Consulado-Geral de Portugal em solidariedade com os protestos nas várias cidades portuguesas. Com guarda-chuvas e cartazes, assinaram um abaixo-assinado com dezenas de propostas para serem entregues na Assembleia da República. Em Bruxelas, perto de 40 pessoas juntaram-se em frente à embaixada portuguesa.


Notícia actualizada às 14h17 de 13 de Março de 2011
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