Vagas do tsunami chegam à costa Oeste dos EUA

As primeiras vagas do tsunami no Japão chegaram à costa Oeste dos EUA e atingiram o estado de Oregon, mas não houve registo de danos. No Pacífico e na América Latina há vários países em alerta.

Várias regiões foram evacuadas nos estados norte-americanos de Washington e Califórnia, onde segundo os serviços meteorológicos norte-americanos as ondas chegaram a atingir os dois metros de altura.

"O tsunami chegou", confirmou Mike Murphy, responsável para as situações de emergência da cidade de Port Orford, no estado de Oregon, citado pela AFP. Eram 8h30 locais, 16h30 em Lisboa, e já tinha sido lançado um alerta de tsunami para os estados norte-americanos na costa do Pacífico, do Alasca à Califórnia. O nível das águas alterou-se bastante, "são claramente vagas de tsunami que estão a provocar isso".

Algumas regiões da Califórnia já tinham sido evacuadas, mas segundo informações da protecção civil norte-americana a força do tsunami dissipou-se ao longo do Oceano Pacífico. "Creio que o grande medo de há algumas horas se dissipou, o que é um alívio para todos", disse o porta-voz da Casa Branca Bill Daley, citado pela Reuters. "O problema é que nunca se pode ter certeza até as ondas chegarem", adiantou à CNN.

Na Califórnia foram evacuadas as regiões de Del Norte e San Mateo, na parte mais a norte do estado. É aí que se encontra grande parte do centro tecnológico Silicon Valley.

As primeiras vagas do tsunami atingiram também o Norte do México, onde as ondas atingiram cerca de meio metro de altura, adiantou a AFP a partir de informações do centro de investigação local de Enseada. "Já chegou a Enseada. Registámos um aumento moderado do nível do mar, de cerca de meio metro. Mas as vagas poderão atingir um metro ou dois de altura", adiantou à AFP Modesto Ortiz, investigador do centro de Enseada.

O México foi o primeiro país da América Latina a ser atingido por vagas do tsunami, mas também no Chile e no Peru foram lançados alertas, por precaução.

As vagas do tsunami já tinham atingido o Havai, onde algumas regiões foram evacuadas e não houve registo de danos significativos. Foi atingida a região turística de Waikiki, em Honolulu. As sirenes de alerta de tsunami tinham soado quando eram 21h59 locais (7h59 em Lisboa).

As autoridades do Havai requisitaram carros para evacuar as regiões turísticas, que ficam já a cerca de 6500 quilómetros do epicentro do sismo. O presidente da autarquia de Honolulu, Peter Carlisle, tinha dito em declarações à CNN que os efeitos do tsunami seriam imprevisíveis. “É preciso retirar as pessoas e tomar todas as precauções necessárias”. Foi ordenada a evacuação das zonas costeiras, três aeroportos nas ilhas de Maui, Kauai e Big Island foram encerrados e os barcos deverão permanecer nos portos.

Um alerta foi lançado para o arquipélago das Ilhas Marquesas, na Polinésia francesa, onde segundo uma previsão das autoridades locais poderá haver vagas de 2 a 3 metros de altura. As sirenes tocaram pelas 4h30 locais, 14h30 em Lisboa, tendo sido também lançado um alerta para o Taiti, sobretudo para a região norte e as baías de Moorea e Huahine.

Vários países do Pacífico e da América Latina emitiram alertas de tsunami ou começaram a retirar as populações para locais mais seguros. Na Colômbia e no Equador o nível das águas subiu pelo menos 50 centímetros, enquanto no Japão, o país mais atingido, as vagas chegaram aos 10 metros de altura. O Presidente do Equador, Rafael Correa, ordenou a evacuação das regiões do litoral.

No território francês da Nova Caledónia começou a ser evacuada a região junto à costa, sobretudo na cidade de Noumé, na principal ilha do arquipélago.

Na América Central, Costa Rica, Honduras e Guatemala emitiram igualmente alertas para a sua costa do Pacífico. No caso das Honduras foi decretado alerta vermelho e ordenada a retirada de milhares de pessoas para locais mais seguros.

Na Indonésia também tinha sido lançado um alerta de tsunami que acabou por ser retirado. À zona costeira do país chegaram vagas de apenas 10 centímetros que não provocaram danos, segundo as autoridades. Muitos habitantes da região da Papuásia e Sulawesi chegaram a refugiar-se em regiões do interior. O país foi devastado em 2004 por um sismo de 9,3 que causou pelo menos 168 mil mortos.

notícia actualizada às 18h30
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