Cavaco, agricultor, poupa ministro Serrano

Cavaco Silva é o agricultor da família. Foi a confissão do Presidente num almoço com agricultores, em Alcobaça. Foi ele que herdou as terras da família no Algarve, após a morte dos pais. Confessa que gosta de passear pelas suas terras, mas de “actividades lucrativas” nada. Tudo o que produz, laranjas, ananás ou anonas são para dar. “Às instituições de solidariedade social e aos amigos”. O “fantasma” dos seus lucros do BPN pairava na sala…

Foi o momento de boa disposição de um discurso sobre um assunto que preocupa o Presidente: o défice alimentar de 3,5 mil milhões de euros. Hoje, em Alcobaça, uma região agrícola, Cavaco repetiu as críticas pela forma como estarão a ser desperdiçadas as verbas da União Europeia (UE) para o sector, mas poupou o actual ministro da Agricultura, António Serrano.

As críticas de falta de consideração dos agricultores eram quanto “ao passado”. Ou seja, ao ex-ministro Jaime Silva. Esse sim, nem sempre “respeitou” os agricultores.

“O país não se pode dar ao luxo de desperdiçar os fundos que a UE pôs à disposição dos portugueses”, afirmou.

Aliás, fez um apelo à união dos agricultores e defendeu a produção nacional até como uma forma de reduzir a dependência externa: “Seria bom produzir mais para se exportar menos.”

A reforma da Política Agrícola Comum (PAC) é um momento importante em que o Governo deve haver diálogo e cooperação entre os “responsáveis políticos” e as associações de agricultores.

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