Time elege criador do Facebook como a Pessoa do Ano

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Mark Zuckerberg conseguiu, através da sua rede social nascida na Universidade de Harvard, ligar mais de 500 milhões de pessoas em todo o Mundo Reuters

O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, foi eleito a Pessoa do Ano pela revista “Time”.

A revista define o eleito como Pessoa do Ano como aquela que, para o melhor ou para o pior, fez o máximo possível para influenciar os acontecimentos em determinado ano.

O americano Mark Zuckerberg conseguiu, através da sua rede social nascida na Universidade de Harvard, ligar mais de 500 milhões de pessoas em todo o Mundo. Se fosse um país, o Facebook seria o terceiro mais populoso do mundo, depois da China e da Índia.

Em Fevereiro de 2004, tinha Zuckerberg 19 anos e estudava em Harvard, começou uma rede social a partir da sua residência de estudante. Chamou-lhe TheFacebook.com e foi criada com o intuito inicial de colocar em rede os alunos das principais universidades norte-americanas.

Das comunidades universitárias o projecto saltou para a restante sociedade, perdeu o "The" e transformou-se num fenómeno de popularidade em todo o Mundo. Uma em cada 12 pessoas existentes no Mundo tem uma conta no Facebook - disponível em 75 línguas diferentes - e, diariamente, entra nesta rede uma média de 700 mil novas pessoas.

Quer isto dizer, segundo a "Time", que em menos de sete anos Zuckerberg pôs uma em cada doze pessoas existentes no Planeta a interagir numa mesma plataforma, criando uma entidade social com quase o dobro da população dos Estados Unidos da América.

Aquilo que começou como uma brincadeira, uma diversão, transformou-se num assunto muito sério e que “transformou a forma como os seres humanos se relacionam uns com os outros”, escreve ainda a “Time”.

Cada pessoa que está ligada através desta rede social gratuita para os utilizadores transformou Zuckerberg naquilo que ele é hoje: um multimilionário com uma fortuna avaliada pela “Forbes” em perto de sete mil milhões de dólares. Nada mau, para um jovem de 26 anos.

Metade desta fortuna, aliás - soube-se esta semana - será doada a projectos projectos filantrópicos e de solidariedade, depois de Mark Zuckerberg ter decidido tornar-se signatário da petição Giving Pledge - iniciado pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, e pelo investidor americano Warren Buffet - que criaram este movimento esperando que os mais ricos deste Mundo prefiram usar o seu dinheiro para ajudar os outros em vez de, simplesmente, o deixarem aos seus herdeiros.

“Praticamente metade dos americanos tem uma conta Facebook, mas 70 por cento dos utilizadores do Facebook vivem fora dos Estados Unidos. É um facto permanente da nossa realidade social global. Entrámos na era Facebook e o Mark Zuckerberg é o homem que nos fez chegar até aqui”, escreve ainda a “Time”.

Não? Porquê?

Zuckerberg nasceu em 1984 e cresceu no Estado de Nova Iorque, em Dobbs Ferry. É filho de um dentista e de uma psiquiatra e tem três irmãs, a mais velha das quais trabalha consigo no Facebook. É a chefe do departamento de marketing e das iniciativas sociais da empresa.

O pai, Edward, recorda - citado pela “Time” - um filho inquisitivo e curioso: “Para algumas crianças, as suas perguntas poderiam ser respondidas com um simples ‘sim’ ou ‘não’. No caso do Mark, se ele perguntasse alguma coisa e a resposta fosse sim, não era preciso muito mais. Mas se a resposta fosse não, era bom que estivéssemos munidos de uma argumentação, com factos, experiências, lógica e razões. Sempre pensámos que viria a ser advogado, com uma taxa de sucesso próxima dos 100 por cento quando fosse preciso convencer os jurados”.

A saga que esteve por detrás da criação do Facebook foi relatada por Ben Mezrich, que escreveu o livro “The Accidental Billionaires - The Founding of Facebook”, que se transformou num best-seller internacional e deu origem ao filme “A Rede Social” (The Social Network), realizado por David Fincher e que está nomeado para Melhor Filme nos Globos de Ouro, soube-se ontem.

O livro e o filme dão conta dos movimentos de bastidores e apresentam um Zuckerberg obcecado com a sua ideia, a ponto de ter sido posteriormente levado a tribunal por aquele que foi o seu melhor amigo em Harvard e que inicialmente financiou o projecto, Eduardo Saverin, bem como pelos irmãos gémeos Tylor e Cameron Winklevoss, que acusaram o jovem de se ter apropriado da ideia de ambos: a criação de uma rede social destinada à elite de Harvard.

Zuckerberg e Assange taco-a-taco

Este ano a competição esteve renhida entre Zuckerberg e Julian Assange, outro homem que veio revolucionar a forma como as pessoas se relacionam com a informação e com os media tradicionais através da Internet. Assange é o fundador do Wikileaks, que nas últimas semanas tem feito manchetes em todo o mundo, sobretudo após ter exposto milhares de mensagens da diplomacia norte-americana, num caso que ficou conhecido em todo o mundo como “Cablegate”.

Para além destes dois homens, estavam igualmente na corrida a Pessoa do Ano o Presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, os 33 mineiros chilenos que ficaram aprisionados numa mina durante dois meses e que saíram todos com vida em Outubro último e o movimento Tea Party e a sua correligionária e ex-futura vice-Presidente dos Estados Unidos Sarah Palin.

Notícia actualizada às 14h35
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