Educação: Norte encerra mais escolas do que o resto do país

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O Ministério da Educação anunciou no início de Junho um reordenamento da rede escolar Foto: PÚBLICO/arquivo

Na região Norte do país vão encerrar mais escolas do 1.º ciclo do que no resto do país. Lamego é o concelho que vai fechar as portas de mais estabelecimentos, 21 no total, segundo dados que o Ministério da Educação revelou ontem à noite sobre o reordenamento escolar.

O Ministério da Educação divulgou ontem, nas páginas das várias Direcções Regionais de Educação, as listas das escolas do 1.º ciclo, que incluem turmas do 1.º ao 4.º anos, que vão encerrar a partir deste ano lectivo, ao abrigo do reordenamento da rede escolar.

Das 701 escolas do 1.º ciclo que já não vão abrir este ano lectivo, 384 estão localizadas no Norte do país, 152 no Centro e 121 na região de Lisboa e Vale do Tejo. No Alentejo, vão encerrar 32 estabelecimentos de 1.º ciclo e no Algarve 12.

Lamego é concelho onde vão encerrar mais escolas do 1.º ciclo, 21 no total, seguido pelo de Chaves (18), Penafiel (16), Ponte de Lima (15), Paredes (14), Felgueiras, Paços de Ferreira e Peso da Régua, todas com 13 escolas fechadas.

Ainda no Norte, no concelho de Sabrosa vão fechar 12 estabelecimentos e no de Resende 11 escolas, o mesmo número do concelho de Valpaços.

A região Centro é a segunda onde vão encerrar mais escolas do 1.º ciclo a partir deste ano lectivo, sendo Pombal o concelho mais afectado, com nove estabelecimentos a fechar as portas.

Também nos concelhos de Montemor-o-Velho, Mortágua e Anadia já não vão abrir oito escolas. Mealhada (sete), Gouveia (sete) e Mangualde (seis) estão igualmente entre os concelhos que mais escolas fecham nesta região.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, os concelhos de Caldas da Rainha e Santarém são os que fecham mais escolas de 1.º ciclo (10 cada um), seguindo-se os de Sintra e Rio Maior (nove em cada).

Em Torres Novas e em Óbidos oito escolas, em cada, vão fechar as portas e em Mafra e Tomar são sete as escolas que este ano lectivo já não vão abrir em cada um dos concelhos.

No Alentejo, das 32 escolas que vão fechar portas, cinco estão no concelho de Odemira e quatro no de Santiago do Cacém.

No Algarve, a região onde vão fechar menos escolas do 1.º ciclo, Loulé é o concelho mais afectado, encerrando quatro estabelecimentos.

O Ministério da Educação anunciou no início de Junho um reordenamento da rede escolar, designadamente o encerramento de cerca de 500 escolas do 1.º ciclo com menos de 21 alunos e a agregação de unidades de gestão (agrupamentos e escolas não agrupadas).

No entanto, em Julho, a tutela somou mais 200 escolas do que inicialmente previu a esta lista, encerrando ao todo 701 já este ano lectivo. Destas, as oito escolas do concelho de Murça vão continuar “em funcionamento até à conclusão do centro escolar”, previsto para Dezembro.

Os alunos destas escolas, número não indicado pela tutela, serão transferidos para “centros escolares ou escolas dotadas de melhores condições de ensino e de aprendizagem”.

Durante o mandato da ex-ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, já tinham sido encerradas cerca de 2500 escolas do 1.º ciclo do ensino básico de reduzida dimensão.

“Com esta reorganização, as escolas do 1.º ciclo com menos de 20 alunos, na sua esmagadora maioria escolas de sala única, onde o professor ensina ao mesmo tempo, e na mesma sala, alunos do 1.º ao 4.º anos, passam a ser uma excepção, prosseguindo o objectivo de garantir, a todos os alunos, igualdade de oportunidades no acesso a espaços educativos de qualidade”, sublinha o gabinete da actual ministra, Isabel Alçada.

Quanto ao processo de agregação de unidades orgânicas, resultaram 84 novas unidades, com uma média de 1700 estudantes cada.

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