Pablo Aimar voltou a assumir o papel principal

Foto
O argentino marcou o segundo golo do Benfica frente ao Sporting Foto: Nacho Doce/Reuters

Foi ele o actor principal, mas começou com o papel secundário, no banco. Porque Aimar tem de ser protegido. Já era assim no tempo do River Plate, há dez anos, quando chegou a fazer uma dupla demolidora no ataque com Saviola - Aimar pintava, Saviola vendia a sua arte com golos.

O seu treinador no clube de Buenos Aires, Ramón Diáz, não deixava que ninguém lhe tocasse nos treinos. Era tratado com cuidado. Porque o que ele faz com os pés tem de ser protegido e só serve para os jogos. Nos ensaios das grandes peças que o argentino apresenta nos palcos, Aimar tem de trabalhar quase sozinho. Jesus resguardou-o no banco durante 45 minutos. A equipa não rendia e lançou mão do argentino na segunda parte. Dez anos depois do futebol que espantou Diáz, Aimar faz o mesmo, mas com mais calma. Quase em “slow motion”. O segundo golo foi uma peça de vários segundos, com Ramires também em destaque: os adeptos levantaram-se muito antes de Rui Patrício ir ao chão e ficaram na expectativa. Quando Pablo Aimar recebeu a bola, encheu o peito e anunciou o golo. O resto foi festa. Estava encontrado o actor, com o papel de herói.

Sugerir correcção
Comentar