Câmara de Mirandela diz que inquérito ao caso Leandro tenta transferir responsabilidades

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O inquérito não estabelece qualquer ligação entre factos ocorridos na escola e o afogamento da criança no Tua Manuel Roberto

A vereadora da Educação na Câmara Municipal de Mirandela, Maria Gentil, considerou hoje que o inquérito à morte de Leandro, a criança de doze anos que morreu no rio Tua, “tem implícita uma tentativa de transferir responsabilidades para o pessoal não docente e para a autarquia”.

Maria Gentil defende que a leitura da autarquia resulta da conclusão expressa no inquérito de que “o relatório não aponta para a instauração de procedimento disciplinar a responsáveis na dependência directa do Ministério da Educação”. “Ora, na escola, o pessoal não docente é o único que não se encontra na dependência directa do Ministério da Educação e faz parte dos quadros da câmara municipal”, sublinhou.

A vereadora considerou esta parte do inquérito “pouco clara” e espera tomar conhecimento das certidões que o Ministério da Educação anunciou que irão ser extraídas do inquérito para serem remetidas à direcção da escola e à Câmara Municipal de Mirandela, “para os efeitos tidos por convenientes”.

Segundo Maria Gentil, desde 2008 que o pessoal não docente da escola passou para o quadro da autarquia, porém, segundo disse, o município não tem competência para desencadear procedimento disciplinar nem na gestão directa destes funcionários.

De acordo coma vereadora, esta competência é da direcção da Escola Básica 2/3 Luciano Cordeiro, com a qual pretende reunir-se para analisar os resultados do inquérito e eventuais procedimentos futuros.

O relatório do inquérito divulgado hoje pelo Ministério da Educação afasta o cenário de que a criança de 12 anos fosse vítima de agressões frequentes na escola e não estabelece qualquer ligação entre factos ocorridos no recinto escolar e o afogamento no rio Tua, a 2 de Março.

A família de Leandro já manifestou “revolta” com as conclusões e a mãe da criança, Amália Pires, disse não acreditar nos resultados do inquérito.

Em declarações ao “Jornal de Notícias”, Amália Pires reclama que a escola seja responsabilizada pela falta de segurança e promete seguir para tribunal com o caso, estando disposta a “ir até às últimas consequências”.

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