POSITIVO e NEGATIVO

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Manuel Fernandes
Transfigurou um V. Setúbal que começou a época a ser esmagado pelos adversários e que agora pode olhar para a manutenção como um objectivo realista. Ontem, somou o quinto jogo seguido sem perder.

Di María
Foi o melhor de um Benfica desinspirado e que pareceu surpreendido pela capacidade do adversário. O argentino foi a principal fonte atacante da equipa “encarnada”.

Kazmierczak
Foi um dos rostos da garra do Vitória, que jogou com três centrais e dois homens rápidos na frente. Hélder Barbosa também esteve bem, assim como Bruno Ribeiro, Zarabi e alguns outros.

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Jorge Sousa
É difícil dizer quem prejudicou mais, mas um dos melhores árbitros nacionais teve uma noite difícil. Anulou um golo legal ao Vitória, não marcou um penálti a favor do Benfica e os assistentes enganaram-se demasiadas vezes.

David Luiz
O autogolo foi um azar digno dos “apanhados”, mas também um sinal da descompressão que traiu o Benfica.

Cardozo
Tem sido decisivo e desta vez foi-o pela negativa. Terceiro penálti falhado na Liga.

A garra dos meninos do Manel travou o Benfica e até resistiu a penálti nos descontos

Foto
David Luiz foi protagonista pela positiva e pela negativa no Benfica Hugo Correia/Reuters

Manuel Fernandes, um histórico do Sporting, é um treinador sagaz e de muita garra. O Vitória de Setúbal jogou este sábado à imagem do seu técnico e impôs um empate (1-1) ao Benfica, interrompendo a série de cinco triunfos seguidos da equipa de Jorge Jesus na Liga.

“Manel” já esteve perto de parar o Benfica nesta época quando treinava a União de Leiria, mas foi traído por um penálti nos minutos finais (1-2). A história esteve quase a repetir-se, num jogo com muitas curiosidades partilhadas com esse encontro de Leiria (um autogolo de David Luiz, o mesmo árbitro e um penálti no fim). Só que desta vez o guião foi diferente e Cardozo deixou dois pontos na trave da baliza sadina.

Quando as duas equipas entraram em campo, na memória de muita gente pairava ainda a goleada de há cinco meses (8-1) na Luz. Mas, apesar de o Vitória repetir seis titulares desse encontro, os primeiros minutos mostraram algo bem diferente, com os sadinos cheios de garra e com vontade de complicar a vida a um Benfica que, cedo se viu, não estava nos seus melhores dias.

Mesmo com uma produção ofensiva fraca, o Benfica marcou primeiro, juntando duas receitas que lhe têm sido muito vantajosas nesta época: as bolas paradas e os golos cedo.

É que se Aimar perde fôlego, se Saviola não chega para abrir espaços e se Cardozo anda escondido, há sempre cantos e livres. Desta vez foi um canto da direita, com Ricardo Silva a introduzir a bola na própria baliza, depois de um cabeceamento de David Luiz e de um toque de Zoro. Foi o 24.º golo benfiquista de bola parada (quase metade do total) e o 16.º na primeira meia hora de jogo.

O Vitória, porém, não se deixou abater pelo golo. Confirmou os bons sinais e começou por desperdiçar boas oportunidades, por Neca (remate contra David Luiz aos 27’) e Keita (cabeceamento por cima aos 31’). O mérito próprio não deu frutos, mas o labor sadino foi recompensado por pé alheio, neste caso o de David Luiz, que numa tentativa de alívio colocou a bola na baliza de Quim (38’). Uma sensação que o defesa benfiquista já tinha vivido em Leiria, quando Manuel Fernandes, agora em Setúbal, treinava a equipa adversária.

Na segunda parte, a intensidade aumentou e chegaram também os casos. O Benfica (que já na primeira parte tinha reclamado falta sobre Saviola na área) reclamou penálti por mão de Djikiné (não pareceu intencional). Depois foi a vez de o Vitória se queixar de um golo mal invalidado a Keita e de outro fora-de-jogo mal assinalado quando Neca se isolou. E o Benfica ainda se queixou de um lance na área em que Collin acertou mais nas pernas de Di María do que na bola.

Jesus lançou Ramires, Kardec e Nuno Gomes, carregando com cinco avançados sobre um Vitória que começava a dar sinais de cansaço, mas mantinha uma garra elevada, capaz de evitar golos em cima da linha (Ruben Lima, 72’) e até de ver Cardozo atirar um penálti à trave nos descontos, depois de uma falta clara de Zoro sobre Kardec.

Os sadinos acabaram sem fôlego, mas festejaram o empate como se fosse uma vitória. Já Jorge Jesus recolheu aos balneários com apenas um ponto e com a expectativa redobrada para ver o que fará segunda-feira o Braga, que pode reaproximar-se dos “encarnados” e até ultrapassá-los se vencer os dois jogos que tem em atraso.

Ficha de jogoVitória de Setúbal, 1Benfica, 1

Jogo no Estádio do Bonfim, em Setúbal.Assistência
cerca de 8000 espectadores

V. Setúbal

Mário Felgueiras

7

, Collin

6

, Ricardo Silva

5

, Zoro

6

, Zarabi

6

, Bruno Ribeiro

6

(Ruben Lima

6

, 65’), Djikiné

6

, Kazmierckzac

7

, Neca

6

(Paulo Regula

-

, 85’), Hélder Barbosa

6

e Keita

6

(Henrique

-

, 93’).

Treinador

Manuel Fernandes

Benfica

Quim

6

, Maxi Pereira

5

(Nuno Gomes

-

, 83’), Luisão

6

, David Luiz

4

, Fábio Coentrão

6

, Javi García

6

, Carlos Martins

4

(Ramires

5

, 57’), Aimar

4

(Kardec

5

, 73’), Di María

7

, Saviola

6

e Cardozo

4

.

Treinador

Jorge Jesus.

Árbitro

Jorge Sousa

4

, do Porto.

Amarelos

Bruno Ribeiro (24’), Carlos Martins (29), Aimar (38’), Di María (81’), Ricardo Silva (81’) e Kazmierckzac (91’).

Vermelho

Neca (92’).

Golos

0-1, por Ricardo Silva, aos 14’ (p.b.); 1-1, por David Luiz, aos 37’ (p.b.).

Notícia actualizada às 23h48
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