Funchal: adolescentes filmavam agressões e punham imagens na Internet

Foto
Os jovens escolhiam espaços públicos para realizar as agressões Carlos Lopes (arquivo)

Um grupo de jovens do Funchal, entre os 12 e os 16 anos, atacava idosos e crianças, filmando as agressões com telemóveis que colocava depois em sites de partilha de vídeos, revelou hoje a PSP, que adiantou ter neutralizado o bando.

O comissário Roberto Fernandes, do comando regional PSP da Madeira, precisou que o grupo era composto por seis jovens, “todos devidamente integrados em estruturas familiares de classe média” e que os actos de “violência gratuita” eram praticados no concelho do Funchal, junto a parques públicos, zonas balneares ou recintos escolares.

O responsável explicou que “comportamentos desviantes” foram “sinalizados há cerca de três ou quatro meses”, tendo a PSP actuado criminalmente depois de “algumas queixas formalizadas pelas vítimas ou pelos encarregados de educação”.

O comissário sublinhou que os agressores escolhiam como vítimas “pessoas que não podiam oferecer resistência”, tanto entre portugueses como estrangeiros. “Este é um caso inédito em termos de gravidade na região”

O caso está agora nas mãos do Ministério Público, revelou o comissário, adiantando que os adolescentes incorrem em sanções “tutelares e educativas”, que em último caso poderão ir “até ao internamento em centros educativos”.

Num comunicado emitido antes, a PSP revelava que o grupo foi identificado esta semana, sendo suspeito de “prática de vários actos ilícitos qualificados pela lei como crime, designadamente de ofensas à integridade física, dano e difamação”.

“Os menores em causa, de forma organizada e deliberada, preparavam complexas combinações de substâncias químicas e alimentares, de forma a obterem cocktails viscosos e com forte potencial de toxicidade, utilizando seguidamente essas matérias para violentar gratuitamente as suas vítimas na via pública”.

Adianta que as vítimas eram pessoas “muito mais novas ou mais velhas” e que escolhiam “parques públicos, recintos escolares e imediações de complexos balneares” para efectuar as agressões, “provocando fortes prejuízos no vestuário e outros artigos afectados directamente pelas referidas substâncias”.

Realça que os actos eram “filmados por um ou mais membros do grupo, através dos seus telemóveis, para depois serem colocadas e difundidas na Internet, num site de fácil e grande acesso público, com o objectivo de humilhar publicamente as vítimas”.

Sugerir correcção
Comentar