Barreiro: doente em coma vegetativo foi transferida para o Hospital do Mar

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"Fico satisfeito por encontrar um local que garanta o bem-estar da minha esposa", disse António Casanova Dulce Fernandes/PÚBLICO (arquivo)

Helena Casanova, que está em coma vegetativo há seis anos, foi hoje transferida do hospital do Barreiro para o Hospital do Mar, em Sacavém, depois de a família ter ficado agradada com as condições encontradas.

"As condições físicas e humanas são espectaculares, fico satisfeito por encontrar um local que garanta o bem-estar da minha esposa", disse hoje à Lusa António Casanova.
O marido de Helena Casanova visitou hoje as instalações do Hospital do Mar, tendo assinado a transferência da mulher do Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro.

"Depois de falar com a assistente social, eu e a minha filha fomos visitar o hospital e ficámos muito agradados com as condições existentes", disse António Casanova.

A transferência da doente foi realizada hoje pelas 18h20, com Helena Casanova a chegar ao Hospital do Mar perto das 20h00.

Helena Casanova vai ficar no Hospital do Mar até que a Unidade de Missão de Cuidados Continuados Integrados de Setúbal esteja pronta, com a administração regional de saúde a assumir as despesas do internamento.

"Em princípio a minha esposa fica em Sacavém até que a unidade de Setúbal esteja concluída, transferindo-se depois para lá", anunciou António Casanova.

Ana Abel, directora clínica do hospital, confirmou ontem que a nova unidade em Setúbal deverá estar concluída até ao "final de 2007".
António Casanova informou também que entregou hoje um documento à direcção do hospital do Barreiro, a fim de ser informado se, depois da transferência, a esposa ou a família ficarão com alguma dívida para com o hospital.

"O hospital já me garantiu que, na segunda-feira, vai responder ao documento que entreguei porque no dia de hoje tal já não foi possível", afirmou ainda o marido de Helena Casanova.

O hospital do Barreiro moveu uma providência cautelar para retirar a doente em coma vegetativo, internada há seis anos, das suas instalações, cobrando pelos 2168 dias de internamento mais de 200 mil euros.

António Casanova, mecânico industrial de profissão, afirmou que não ganhava esse valor em "20 anos de trabalho", alegando que não teria condições para pagar a factura apresentada pelo hospital.

Isabel Pinto Monteiro, administradora executiva do Hospital Nossa Senhora do Rosário, disse ontem que existia a possibilidade de o assunto ficar resolvido com a transferência da doente.

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