TGV: Portugal e Espanha definem quatro ligações

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A construção da ligação Lisboa/Madrid, que terá passagem por Évora-Elvas-Badajoz, poderá ser financiado por privados DR

Os Governos português e espanhol acordaram a construção de quatro eixos de ligação ferroviária em alta velocidade, acrescentando às ligações Porto/Vigo, Aveiro/Salamanca e Lisboa/Madrid uma entre Faro e Huelva, confirmaram hoje fontes dos dois Executivos.

O eixo Faro/Huelva, que do lado espanhol significa apenas estender até esta cidade a ligação já em funcionamento entre Madrid e Sevilha, foi acordada à última hora, segundo as mesmas fontes, citadas hoje pelo jornal espanhol "Cinco Dias", a tempo de ser anunciada pelos chefes de Governo dos dois países na cimeira que hoje e amanhã decorre na Figueira da Foz.

Esta ligação, que se espera venha a ter grande impacte no turismo do Algarve, não era prioritária para Portugal e será, sobretudo por limitações orçamentais, a que mais tarde entrará em funcionamento, prevendo-se que comece a circular só dentro de 15 anos, em 2018.

Para as ligações de Porto/Vigo, Aveiro/Salamanca e Lisboa/Madrid o objectivo é que comecem a funcionar em 2010, sendo que a ligação em estado mais avançado, a do Porto a Vigo, poderá mesmo estar finalizada em 2009, um ano depois das previsões do primeiro-ministro, que numa declaração recente prometeu que seria o primeiro troço com ligação a Espanha em funcionamento.

Por razões orçamentais, o Governo português admite que seja a iniciativa privada a suportar a construção da ligação Lisboa/Madrid, que terá passagem por Évora/Elvas-Badajoz (com uma estação conjunta)/Mérida/Cáceres e Talavera de la Reina (Toledo).

A solução encontrada para que o eixo de ligação das duas capitais chegue à fronteira luso-espanhola em 2010 é um esquema de concessão, como se se tratasse de uma auto-estrada, para uma linha que terá óptimos resultados, de acordo com os estudos sobre procura já realizados.

Os grupos de construção portugueses terão já manifestado interesse neste projecto.

O Governo espanhol quer, sobretudo, evitar que se repitam impasses como o que está a acontecer com a ligação a território francês pelos Pirinéus.

Assim, na definição de calendários, pretende garantir "que os trabalhos de um e outro lado da fronteira se realizam ao mesmo tempo", porque, considera, "de pouco servirá chegar a Salamanca em 2010 se Portugal não finalizar o trabalho ao mesmo tempo".

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