Edward Bond (1934-2024), o dramaturgo que autopsiou o apocalipse
A sua negra visão do mundo fez dele uma das vozes mais iconoclastas do teatro britânico do pós-guerra, cujo rumo influenciou decisivamente. Morreu no último domingo, aos 89 anos.
De origens modestas (filho de um trabalhador rural que migrara para a periferia de Londres em busca de trabalho), Edward Bond abandonaria a escola aos 15 anos, para trabalhar, sucessivamente, numa fábrica, num armazém e numa agência de seguros, entre outras ocupações igualmente genéricas e alheias ao mundo das letras. O futuro dramaturgo revelara já a mão para a escrita, mas seria consigo mesmo, sem mestres nem tutelas, que se tornaria uma voz original e iconoclasta nas letras e nos palcos ingleses, panorama que influenciou decisivamente, numa genealogia que inclui, entre outros descendentes óbvios, a malograda Sarah Kane (1971-1999). Profundamente influenciado por uma ideia de fim que era impossível dissociar da infância marcada pelos bombardeamentos nazis, morreu no passado domingo, aos 89 anos.
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