Temps d’Images regressa a 1 de Junho com cinco estreias absolutas e nova direcção

A estreia da peça Cosmic Phase/Stage, de Ana Libório, na BlackBox do Centro Cultural de Belém, vai abrir o festival com um espectáculo que cruza arte e ciência.

Foto
Coreógrafo Franciso Camacho faz a remontagem da peça Gust paulo pimenta
Ouça este artigo
00:00
03:51

O festival multidisciplinar Temps d'Images vai regressar a 1 de Junho com uma nova direcção artística e sete obras na programação, da performance ao cinema, música e teatro, cinco das quais em estreia absoluta, segundo a organização.

Neste primeiro momento da 22.ª edição do festival (que passou a estar dividido em duas partes ao longo do ano), a decorrer até 16 de Junho, o foco vai manter-se na "experimentação, risco e diversidade artística", com projectos de artistas e colectivos emergentes, e de criadores já reconhecidos.

O festival, que surge com uma nova equipa artística, composta por António Câmara Manuel, Ana Calheiros, Maria João Garcia e Leonardo Garibaldi, vai abrir a 1 e 2 de Junho, na Black Box do Centro Cultural de Belém, com Ana Libório, Bruno José Silva e João Estevens a estrearem, em Lisboa, a peça Cosmic Phase/Stage, descrita como uma performance expandida "para uma zona de hibridismo que intersecciona arte e ciência".

O espectáculo "constrói, em tempo real, um ambiente imersivo e contemplativo, que estimula a reflexão sobre formas de comunicação e percepção de ideias de alteridade", segundo a sinopse da programação divulgada na terça-feira pela organização.

No Cinema Ideal, a 6 de Junho, é também exibido o documentário GUST9723, de Olga Ramos e Ricardo Rezende, em antestreia no Temps d'Images, sobre a remontagem que Francisco Camacho fez da sua coreografia, contendo uma reflexão sobre o criador e o acto de criar.

Sara Ribeiro, ou La Negra, apresenta nos dias 7 e 8 de Junho, no espaço da Rua das Gaivotas, Deus Só, um concerto visual de estreia de um novo trabalho, cujas canções contêm as histórias de uma "personagem feminina que baralha sentidos e desafia percepções sobre a mulher" - um espectáculo que antecipa o lançamento do disco com o mesmo nome, previsto para o final de 2024.

No Teatro Ibérico, outro dos parceiros do festival, Cire irá resgatar, a 8 e 9 de Junho, a memória da actriz e cantora Eartha Kitt, uma estreia absoluta para celebrar a resistência através da arte. "A história passa-se nos anos 1940, na América, e nos dias de hoje, em Portugal, onde uma jovem cantora não-binária se inspira, reflecte, vive e expande", descreve a programação.

O documentário Verdade ou Consequência?, de Sofia Marques, é reposto em sessão única no Cinema São Jorge, a 11 de Junho, e conta a vida de Luis Miguel Cintra no teatro, revelando também a amizade e cumplicidade da realizadora e actriz com o actor e encenador, de 75 anos, que fundou o Teatro da Cornucópia, em 1973, com o também encenador Jorge Silva Melo (1948-2022), que viria a criar os Artistas Unidos.

Nas Carpintarias de São Lázaro é inaugurada, a 14 de Junho, a vídeo-instalação DOBRA inflexões de um plano sob um corpo, de Mariana Ramos, que conjuga as suas esculturas com os corpos de bailarinos em quatro projecções e uma peça sonora, "onde volumes e movimento se unificam".

No dia seguinte, Matagal, de Eduardo Breda, usa a potência da palavra, transformada em gesto e movimento, para criar uma dramaturgia em torno dos conceitos de mapa e território, que se apresenta em estreia absoluta até 16 de Junho, no Teatro Ibérico.

A programação do primeiro momento do Temps d'Images 2024 integra ainda, a 2 de Junho, no espaço Duplacena 77, uma mesa redonda sobre Tordesilhas, projecto de criação que junta o colectivo SillySeason à companhia chilena e brasileira Tercer Abstracto, marcada pelo diálogo transcultural sobre ideias de fronteira e identidade.

O Temps d'Images, que assinalou em 2022 duas décadas de actividade, é uma produção da DuplaCena/Horta Seca financiado pela Direcção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.

De acordo com a organização, desde que o festival surgiu, em 2003, apresentou mais de 400 peças, muitas delas inéditas, de autores portugueses e estrangeiros, em diversos formatos e géneros, incluindo performance, teatro, instalação, cinema, dança, fotografia e música.

Sugerir correcção
Comentar