Fire! Orchestra, Ava Mendoza, Fluxus e Geração Beat no Jazz em Agosto

A 40.ª edição do festival traz também à Gulbenkian, em Lisboa, James Brandon Lewis, Pat Thomas, Evan Parker ou Bill Orcutt.

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James Brandon Lewis abre o Jazz em Agosto com um concerto dedicado à lenda do gospel Mahalia Jackson Selmer
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A guitarrista Ava Mendoza (esq.) protagonizará três concertos, o primeiro com a banda que mantém com o baixista Devin Off DR
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Caberá à Fire! Orchestra de Mats Gustafsson a honra de encerrar o Jazz em Agosto Johan Bergmark
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Entre 1 e 11 de Agosto, a Gulbenkian, em Lisboa, acolhe a 40.ª edição do Jazz em Agosto, mas o número redondo não será celebrado com edição temática ou concertos que assinalem de forma declarada esta longa história. “A soma de todas estas partes é o nosso legado, o nosso Manifesto, em que o passo seguinte procurará ser sempre mais disruptivo que o anterior ou simplesmente diferente”, assinala o texto de apresentação do festival.

Entre a Fire! Orchestra, diálogos musicais com o movimento Fluxus ou com a Beat Generation, novas abordagens à Sagração da Primavera de Stravinski, homenagens a Mahalia Jackson e explorações que deixam marca no presente, o Jazz em Agosto anuncia-se fiel à sua história, nesse movimento entre a “garimpagem” do legado mais significativo do passado e as erupções criativas do nosso tempo.

O concerto de abertura, dia 1 de Agosto às 21h30, será protagonizado pelo saxofonista James Brandon Lewis que, acompanhado pelo Red Lily Quintet, regressa ao festival para apresentar For Mahalia With Love, álbum que dedicou à lenda do gospel e activista dos direitos civis Mahalia Jackson. Dez dias depois, o encerramento será verdadeira e literalmente explosivo: é o regresso da Fire! Orchestra de Mats Gustafsson e Johan Berthling, figuras que atravessam a história recente do festival, para interpretar Echoes, álbum editado o ano passado, com uma épica formação de 16 músicos. Entre um momento e o outro, muito mais para ouvir e descobrir. Como, por exemplo, Ava Mendoza.

A destacada guitarrista irá apresentar-se no festival em dose tripla: primeiro, a 2 de Agosto, no projecto que a reúne ao baixista Devin Off, os Mendoza Off Revels (com James Brandon Lewis no saxofone); depois no quarteto de guitarras reunido por Bill Orcutt (completam-no Shane Parish e Wendy Eisenberg), que actua dia 3; por fim no duo que formará, dia 4, com a violinista Gabby Fluke-Mogul.

Na programação, sobressaem igualmente os concertos feitos diálogo com movimentos artísticos de ruptura. É o caso do que apresentará, dia 8, o saxofonista Darius Jones. Traz ao Jazz em Agosto a peça fLuxkit Vancouver, inspirada no pensamento e na prática dos artistas do movimento radical Fluxus da década de 1960. Um dia depois, o DJ, compositor e videasta dieb13, que já vimos no Jazz em Agosto integrando os Swedish Azz, traduzirá em som, à frente de uma banda de 15 elementos, os desejos e ambições do manifesto Beatnick.

Outros momentos de diálogo com marcas inamovíveis do passado serão protagonizados pelo pianista Pat Thomas que, com The Locals, apresentará dia 9 a sua interpretação da obra do saxofonista e compositor Anthony Braxton, como registada em The Locals Play the Music of Anthony Braxton (2021), e pela dupla de pianistas Sylvie Courvoisier e Cory Smythe que, dia 3, nos mostrarão uma nova abordagem à revolucionária Sagração da Primavera que Stravinsky compôs para os Ballets Russes.

Integram ainda o festival o trio formado por Helena Espvall, Maria da Rocha e Norberto Lobo (dia 2), o Lucas Niggli Sound of Serendipity Tentet (dia 4), os Move de João Valinho, Yedo Gibson e Felipe Zenícola (dia 5), o trio The Selva, formado por Ricardo Jacinto, Gonçalo Almeida e Nuno Morão (dia 6), o Brandon Seabrook Trio (dia 7), os Being & Becoming de Peter Evans (10 de Agosto), os Made of Bones de Duarte Fonseca, João Clemente, Nuno Santos Dias e Ricardo Sousa (dia 10) e os Black Duck de Bill MacKay, Douglas McCombs e Charles Rumback (dia 11).

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