Banco de Portugal alerta para fraudes na oferta de emprego ou crédito fácil

Pode tratar-se “de esquemas em pirâmide”, em que os infractores usam a conta de pagamentos como “conta-mula” para passar dinheiro ilegal.

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Tentativas de fraude através das redes sociais são cada vez mais frequentes Nuno Alexandre
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O Banco de Portugal (BdP) emitiu um alerta sobre tentativas de fraude em que, “através de mensagens (SMS ou chats/mensagens instantâneas), anúncios em plataformas sociais ou chamadas telefónicas, as pessoas são aliciadas a aderir a grupos de chat para obter rendimento adicional, no âmbito de uma oferta de emprego, de um investimento com elevado retorno ou da concessão de um crédito com condições vantajosas”. Trata-se de práticas recorrentes.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, o supervisor bancário dá conta de que aquele tipo de “ofertas” pode tratar-se “de esquemas em pirâmide, em que os infractores pretendem usar a sua conta de pagamento como ‘conta-mula’, ou seja, como conta de passagem de valores conseguidos de modo fraudulento”. Na prática, pretendem manipular o particular, depositando dinheiro na sua conta, para que, posteriormente, transfira esses valores para outra conta, refere a fonte.

No caso das ofertas de emprego, o supervisor refere que as mensagens têm o seguinte teor (ou aproximado): “Olá, sou do departamento de recursos humanos da rede social/empresa ABC. Precisamos urgentemente de 30 funcionários online em meio período. Entrega diária de 50-500 euros. / Oferecemos um emprego a tempo parcial por 300 a 800 euros por dia. Entre em contacto através do número wa.me/351xxxxxxxxx [link do grupo]”

Depois de clicar no link – continua o BdP – a pessoa é associada a um grupo “de trabalho” (do WhatsApp, Telegram, …), podendo ainda ser-lhe solicitada uma taxa de inscrição com a promessa de que a mesma lhe será devolvida, acrescida de uma comissão, após a “realização da primeira tarefa”. A remuneração prometida está associada a tarefas de visualização de vídeos em plataformas sociais (YouTube, TikTok, Spotify, etc.) e colocação de likes ou comentários nos mesmos. Depois de “realizar as tarefas” solicitadas, que corresponderão a um suposto valor monetário, poderá seguir-se uma proposta de investimento imperdível (por exemplo, em “criptomoedas”).

O supervisor dá ainda conta de que também é frequente “a recepção de mensagens nas redes sociais com a promessa de crédito imediato e de forma descomplicada. Neste caso, as pessoas são convidadas a proceder ao pagamento de uma comissão inicial e, após efectuarem esse pagamento, o suposto mutuante desaparece, deixando de responder às mensagens”.

Os cuidados a ter são os habituais: “Nunca clique em links presentes em mensagens recebidas de desconhecidos, nem abra mensagens duvidosas. Não adira a grupos de chat de origem desconhecida. Não execute pagamentos, nem instale nenhum programa/aplicação a pedido de terceiros, com vista à obtenção de rendimento fácil. É muito provável que qualquer uma das situações descritas se trate de fraude”.

O BdP lembra ainda que as entidades autorizadas a conceder crédito têm de estar registadas no Banco de Portugal, cuja lista pode ser consultada entre as entidades autorizadas a conceder crédito.

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